segunda-feira, 28 de agosto de 2023

EMBOLADA MERLANIANA

 




EMBOLADA MERLANIANA

MerlanioMaia

 

Eu tava em casa Deitado na minha rede

Sonhei que bateu a sede Deu vontade de embolar

E eu dei um pulo Que subi na cumeeira

Foi plantando bananeira Que comecei a cantar

 

Vi um sujeito Com pandeiro que pulava

Com os dedos tamborilava Me fazendo versejar

Pois eu no verso Só falo com fidalguia

Da dança e até da folia Do sertão à beira mar

 

Falo do galo Da galinha do terreiro

Do bode pai de chiqueiro Que só sabe bodejar

Falo do povo Que vive de sofrimento

Enfrentando chuva e vento sem ninguém lhe ajudar

 

Falo do verso E da poesia de Cordel

Que já formou Menestrel e o povo vai adorar

Falo da noite do açoite da ventania

E também falo do dia que em tudo eu sei embolar

 

Falo da fala lá na sala e na cozinha

No fuxico da vizinha que só sabe fuxicar

Falo da bala que mata que zune e fura

Que leva pra sepultura quem se mete com azar

 

Falo em cultura do meu povo nordestino

Que carrega no destino sem vez, sem voz pra falar

Falo cantando embolando em poesia

Seja noite e seja dia é hora de embolar

 

Vamo embolar meu povo canta e dança

Embolando embolando sem parar

Vamos embolar na onda da esperança

Que embolada começa a esperançar


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