EMBOLADA MERLANIANA
MerlanioMaia
Eu tava em casa Deitado na minha rede
Sonhei que bateu a sede Deu vontade de
embolar
E eu dei um pulo Que subi na cumeeira
Foi plantando bananeira Que comecei a
cantar
Vi um sujeito Com pandeiro que pulava
Com os dedos tamborilava Me fazendo
versejar
Pois eu no verso Só falo com fidalguia
Da dança e até da folia Do sertão à beira
mar
Falo do galo Da galinha do terreiro
Do bode pai de chiqueiro Que só sabe
bodejar
Falo do povo Que vive de sofrimento
Enfrentando chuva e vento sem ninguém lhe
ajudar
Falo do verso E da poesia de Cordel
Que já formou Menestrel e o povo vai
adorar
Falo da noite do açoite da ventania
E também falo do dia que em tudo eu sei
embolar
Falo da fala lá na sala e na cozinha
No fuxico da vizinha que só sabe fuxicar
Falo da bala que mata que zune e fura
Que leva pra sepultura quem se mete com
azar
Falo em cultura do meu povo nordestino
Que carrega no destino sem vez, sem voz
pra falar
Falo cantando embolando em poesia
Seja noite e seja dia é hora de embolar
Vamo
embolar meu povo canta e dança
Embolando
embolando sem parar
Vamos
embolar na onda da esperança
Que
embolada começa a esperançar
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