sexta-feira, 29 de março de 2019

O TESOURO E O CORAÇÃO

O TESOURO E O CORAÇÃO
Inspiração de Cornélio Pires 
por Merlânio Maia

Severino Cardoso de Matão
Companheiro das horas matinais
Quando o sol despertava os animais
Arrastava o arado no seu chão

Fez fortuna naquele seu grotão
Quanto mais ajuntava, muito mais
Planejava acumular nos bornais
Esquecendo da dor do seu irmão

Quando viu-se do corpo despejado
Seu dinheiro em botijas enterrado
Sem amigo, sem lar, sem remissão

Fez-se louco abraçando-se ao ouro
E ali mesmo onde estava o seu tesouro
Severino enterrou seu coração

O LUCRO

O LUCRO

Insensato! Esta noite exigir-te-ão a alma e as coisas que acumulaste, de quem serão? (Jesus – Lc 12:21)

Os dias em que vivemos são, indubitavelmente, dias de provar os valores e as verdades frente à vida.

O mercado vem ditando as normas desde os tempos de escambo, mas recrudesceu de tal forma nos dias de hoje, que o mundo perdeu o sentido mais óbvio de humanidade, desumanizando-se priorizando o lucro e o enriquecimento sem lógica ou pudor.

Os governos seguem a mesma onda egoísta de obedecer os grandes financistas e o ser humano vale menos que qualquer lucro.

A palavra adorada pelas organizações e pregada pelos coaching em todos os recantos é resiliência. E os candidatos a uma rara vaga de trabalho devem repetir esta palavra para serem aceitos: Sim, sou resiliente! Mas o que será isso? Diz-nos o dicionários que pe a propriedade que tem alguns corpos de voltarem rapidamente à forma anterior depois de submetidos a alguma deformação por elasticidade, coisa de metais e plásticos.

Quando esse indivíduo consegue o emprego para trabalhar e sustentar sua família, a organização lhe diz que nada é mais importante que a empresa. Precisa dedicar-se 24 horas por dia, sete dias por semana, 48 semana por ano. E ser resiliente.

Daqui a alguns dias ele estará comemorando com a esposa: Abrimos uma filial no amazonas, outra em Porto Alegre. E já se sente parte da empresa que somente deseja o lucro e o absorve completamente.

Outro dia, aqui na nossa cidade, uma fábrica de cerveja se deparou com o seguinte problema: Um vendedor de um bairro,

invadiu o bairro do outro vendedor e vendeu, da mesma empresa, caixas de cerveja para botecos naquele outro bairro. Para a “ética” interna isso é proibido. O vendedor prejudicado ao saber disso, foi atrás do invasor e aplicou-lhe golpes de Jiu Jitsu o deixando internado no Hospital. Na empresa, o Gerente dos dois os convocou e disse:

- Absolutamente não queremos isso aqui na empresa. Mas vamos dar um bônus de R$ 2000,00 ao campeão de Jiu Jitsu por ter defendido sua área.

Moral da história. Sangue nos olhos e faca na boca.

Um ano depois, me falou o contador da empresa, meu amigo, a empresa demitiu os dois pois esse trabalho estaria sendo automatizado por aplicativos.

Então vemos a desumanização dos humanos em troca de cifras e a pergunta de Jesus começa a ficar mais luminosa e em neon para todos verem. Para quem ficará o que acumulaste?

Se alguém tem como única razão de viver o trabalho, CUIDADO! Pois nesses dias de breu facilmente poderá perder a razão de viver por demissão, doença, rebaixamento, ou necessidade de mais lucrar da empresa. A organização quer resiliência sua, mas não a tem por você.

Talvez você tenha ficado preocupado ou deprimido e deve ficar sim. Mas faça como um dia fiz e disse a todos os meus gerentes em todas as empresas que trabalhei:

- Sim. Vou buscar o lucro da sua empresa, mas para ficar 24 horas à disposição esse ganho é irrisório. Assim vou me dedicar à empresa no horário da empresa, pois estar com meu filho rindo de suas descobertas infantis, levar e trazê-lo da escola, sair e ver a Lua com minha companheira, escrever poemas e me dedicar à minha crença, não tem preço.

O Banco me demitiu por ser espírita(Seita de satanás, me disse o gerente em 1988), o outro me demitiu por não aceitar propina e do último saí por não concordar em ser anti-ético como me solicitava presidente. Então me dediquei a Arte, que somente me pede amor e humanidade.

E asseverei que não sou resiliente ante a humanidade. Sou e serei sempre humano que cuida da alegria dos humanos como única possibilidade de salvação.

Então quando vejo esta parábola do rico ganancioso dá-me uma necessidade de escrever neste sentido.

Vamos viver como ensinou Jesus! Seguir Jesus é romper interna e externamente com os descaminhos de uma sociedade desumana ao extremo. Sociedade esta, que faz eua não vê o miserável da rua. Este mesmo miserável que Jesus chamava de “os filhos do calvário”!

Quando vejo que no Evangelho Segundo o Espiritismo, Lacordaire dizendo: Aquele que vem com a prova da riqueza é eleito por Deus como “ministro da caridade” do divino.

“Olvidais que, pela riqueza, vos revestistes do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra, para serdes da aludida riqueza dispensadores inteligentes? Portanto, quando somente em vosso proveito usais do que se vos confiou, que sois, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário dos vossos deveres? A morte, inflexível, inexorável, rasga o véu sob que vos ocultáveis e vos força a prestar contas ao Amigo que vos favorecera e que nesse momento enverga diante de vós a toga de juiz.”

É uma realidade bem forte que não deveremos fechar os olhos e saltar no escuro, pois o abismo será bem maior que se espera.

E a questão continua: PARA QUEM FICARÁ?

Todos passaremos, pois a vida é uma viagem linda! Todos seguiremos aos espaços onde o dinheiro nada representa e é lá a vida real, então para que tanto apego, tanto orgulho se nada segue conosco?

Façamos a reflexão devida ante a pergunta que o Cristo nos endereça e sejamos sóbrios. Dedicando mais tempo aos afetos, ao trabalho do Bem, à família, maior bem que Deus nos deu, aos amigos, à caridade e a Paz.

Deixemos os mortos enterrarem seus mortos e seguirem o cheiro do dinheiro, fruto de fatigantes horas de faina nos ombros dos outros, para os escravos da matéria. Quanto a nós, busquemos o reino de Deus e todo o resto nos será dado por acréscimo da misericórdia.

Ou então tudo acima se repetirá.




Paz e Luz!




Merlânio Maia

quinta-feira, 21 de março de 2019

JÁ DIZIA ZÉ LIMEIRA

É o mundo pegando fogo
E um doido em cima gritando
O poder se esfacelando
E pra se manter no jogo
Vi galo cantar com gogo
Vi babão babar demais
Vi santarrão satanás
Vi vampiro com anemia
Vi juiz cego de guia
Com a braguilha pra trás

Vi quatro pintar o sete
Vi cinco dar meia sola
Vi tocador de viola
Juntar banana e chiclete
Viralata com cachete
Na noia vive de brisa
Saiu de barriga lisa
Perdeu tudo quanto tinha
Águia nunca foi galinha
Diz a Bíblia da Galiza

Nada há de escondido
Que não seja descoberto
Quem erra enganando o certo
Fará papel de bandido
Assunto mal resolvido
Quem tem resolva a tranqueira
Nunca caia na besteira
De fazer o outro de otário
Saia logo desse armário
Já dizia Zé Limeira!
Merlanio Maia

BOA NOITE MEUZAMÔ!

quarta-feira, 20 de março de 2019

QUANDO ESCURO EU CANTO LUZ

QUANDO ESCURO EU CANTO LUZ
Merlanio Maia

Em dias de ódio e intolerância, nós seremos aqueles que buscaremos levar a alegria do amor desarmado e a resistência deste amor que incomoda os maus.

O que eles fazem já tem publicidade suficiente para que todos vejam quem são e o que pensam.

Por isso, nossas postagens aqui, serão as de manter a alma clara e limpa, doce e pura, sem covardia. Não é alienação, mas decisão política pensada serenamente. É o AHIMSA que Gandhi usou para libertar a Índia.

Chega de dar luz aos maus!

Seremos a resistência em mostrar que o Bem resiste, mesmo que faça escuro, como dizia Thiago de Melo, poeta amazonense: FAZ ESCURO MAS EU CANTO!

Dar publicidade ao Bem e à Luz, nos dias de escuridão, é um ato político de resistência pazeante.

Como dizia meu Mestre: "SÓ LOBOS CAEM EM ARMADILHAS DE LOBOS!"

E QUE A LUZ TRAGA SEU LUME PRA NOS SALVAR, POIS SOMENTE O BEM NOS SALVARÁ!

AHIMSA será nossa luta sempre!

Merlanio Maia

terça-feira, 19 de março de 2019

REFLEXÃO SOBRE A PAZ CONSTRUÍDA

REFLEXÃO SOBRE A PAZ CONSTRUÍDA
por Merlanio Maia

Mahatma Gandhi exemplificava que a Paz

- não é cessar fogo, nem pausa entre guerras;
- não é ausência de conflitos;
- não é passividade, nem a tranquilidade deitada numa rede;
- não é a saúde estabelecida, mesmo que temporária;
- não é a sensação de segurança com armas e soldados.
A Paz é ação! Por isso a existência do verbo PAZEAR que está nos dicionários, esquecido de todos, que tem como significado: HARMONIZAR E ESTABELECER A PAZ de forma ativa.

A Paz é aprendida e ensinada. Não é, pois, a Paz que o mundo violento e guerreiro nos dá (Jesus), é a Paz construída.

Muitas vezes vai pregar a desobediência civil e ser a resistência pacífica da Não-violência ativa (AHIMSA), pois as leis nada querem dizer quando se está abusando e violentando legalmente o outro, como pudemos ver a escravidão, o aparthaid, a exploração das mulheres e até mesmo o Holocausto, que eram perfeitamente legais, mas desumanos ao extremo.

Assim, a desobediência civil, a fim de mudar as leis que ferem nossa humanidade é ação dos pazeadores e pacifistas.

Paz construída é a Paz mais perigosa e difícil, pois vai educar com a mansidão dos violentos, com a razão e o bom senso aos loucos e doutrinados, com o amor aos odientos, com o desprendimento aos gananciosos e com a alegria e esperança aos tristes e desesperados.

E ainda vai fazer respeitar todos os moradores do planeta, zelando pela vitalidade e pela saúde dda Terra-mãe.

Por isso eles: Buda, Sócrates, Jesus, Gandhi, Martin Luterking Jr., Chico Mendes, Dom Helder Câmara, Stevie Biko, Mandela, Madre Tereza de Calcutá, Rondon, etc., viveram e foram perseguidos e até mortos por lutarem por esta paz construída.

E eles os enterraram, sem saber que estavam enterrando na Mãe-terra sementes. estes eram sementes de um novo mundo. E a semente quando enterrada, nasce e floresce e dão milhares e milhões de outras sementes que farão a diferença no mundo.

A minha Paz vos dou, mas não a dou como o mundo a dá!(Jesus)

sábado, 16 de março de 2019

AMOR E ÓDIO

AMOR E ÓDIO
Merlanio Maia

O Brasil que odiava
Não falava tinha medo
Tremia em ter seu enredo
Descoberto e disfarçava
Sua baba ele tomava
E do mundo escondia
Enquanto o amor luzia
Enquanto o amor se fez
O ódio não teve vez
E assim o país crescia

Mas um dia e há um dia
Em que o mal gritou do norte
Ai que ódio! Morte! Morte!
E soltou a fera fria
E o mundo naquele dia
Envolveu-se em treva e breu
E o ódio apareceu
No vizinho, no colega,
Na praça, rua e bodega
E a todos surpreendeu

Aquele grito do norte
Abriu os porões do mal
E todos viram afinal
Quem eram os faustos da morte
Desmascarou o consorte
E os tentáculos espalhou
Aos mais fracos doutrinou
Aos covardes, voz e vez
E o mundo na insensatez
Do mal se contaminou

E perseguiu minorias
Pois que o ódio é dos covardes
E a sanha de fogo arde
Mata Marieles, Lias,
Mata Amélias, Marias,
Mata negros, matas as gentes
Gay e Trans por diferentes
Em ações vis, cruéis, drásticas
E estendem suas suásticas
E as Klux das torpes mentes

Mas já vem a alvorada
E a luz rompe a treva e o breu
O amor no tempo seu
Com seus anjos sem adaga
Com a luz que nunca se apaga
Há de queimar os miasmas
Há de expulsar os fantasmas
Com coragem e com ardor
Com valentia e ardor
Despertando os corações
Banindo para os porões
O ódio e seus vibriões
Com a força viva do AMOR!

quinta-feira, 14 de março de 2019

A TRAGÉDIA DE SUZANO


A TRAGÉDIA DE SUZANO
Por Merlanio Maia

Ontem a dor veio atingir
O coração com tormento
Pois que dois sociopatas
Num arroubo vil violento
Deram curso a triste plano
Na cidade de Suzano
Em São Paulo no Brasil
Numa escola de crianças
Destruíram as esperanças
Matando em ação febril

Dez mortos e dez feridos
Os dois após suicidaram
Numa sanha violenta
Essa tragédia forjaram
E a dor a todos alcança
Num misto de insegurança
De impotência do estado
E fica a questão agora
O que fazer nesta hora
De desespero instaurado?

A questão toma outro corpo
Foi destino, acaso... o fato?
Será que armando o povo
Evita-se assassinato?
E dentro de todos nós
A lógica assume a voz
E mostra a ilusão e engano:
Desarmemos nossas almas
Nos eduquemos na calma
Que todos somos humanos

Não se pode apagar fogo
Com combustível inflamável
Se dois violentos se enfrentam
Sem armas é mais provável
Que se machuquem demais
Porém feririam mais
Com uma arma na mão
Violência e violência
Produzem a delinquência
Destroem qualquer nação

Gananciosos e maus
Iludem fracos e tolos
Mas a história dos humanos
Repete esse mal em rolos
Violência atrai violência
Precisa ter consciência
Viver o bem, bem vivido
Se fizer o mal espere
Pois quem com o ferro fere
Com o ferro será ferido

Que portemos muitos livros
Que ensinam a Paz do mundo
Viajando nas imagens
Desses poetas fecundos
Colecionar Cordéis
Cantar com os Menestréis
E amar o amor desarmado
Semear mais esperança
Amar o velho e a criança
Pra sermos pra sempre amados

Voltemos as nossas mentes
Às ações de educadores
Eduquemos desarmando
Enchendo as almas de amores
Com os valores da beleza
Respeitando a natureza
E amando a humanidade
Paz é ação construída
Há que respeitar a vida
Pra viver em sociedade

Há que respeitar o próximo
Somos seres diferentes
Em forma, em cor, pensamento
Gênero, sexo, crenças, mentes
Há que banir preconceito
E aceitar o outro do jeito
Que é ele em sua raiz
Desenvolver altruísmo
E acabar o egoísmo
Pra o mundo viver feliz

Por isso pedimos Paz
Mas uma paz desarmada
A Paz que não dá espaço
Pra violência forjada
Respeitar as minorias
E construir nossos dias
Melhorando o ser humano
Pra que nunca mais na Terra
Haja espaço para a guerra
NUNCA MAIS OUTRO SUZANO!





sexta-feira, 1 de março de 2019

LANÇAMENTO DO LIVRO CORAÇÃO DE BONECO DE LATA

Oi Meuzamô,

Na última terça-feira (26), lançamos nosso décimo quarto livro CORAÇÃO DE BONECO DE LATA, em João Pessoa, na USINA CULTURAL ENERGISA.

Foi uma noite de alegria, onde contamos as histórias, cantamos, gargalhamos e choramos de emoção com tudo que aconteceu naquele ambiente de cultura.

O livro CORAÇÃO DE BONECO DE LATA é um livro de memórias, tanto que o subtítulo já diz bem o que é: AS AVENTURAS DO AMOR NA PEDIATRIA DO HOSPITAL DE CÂNCER. Exatamente, pois estamos comemorando vinte anos de voluntariado na REDE FEMININA DE COMBATE AO CÂNCER e dezesseis anos da ONG DONOS DO AMANHÃ e é esse o exercício do amor que nos envolve e nos possibilita nos manter motivados, até hoje, em fazer tal trabalho com crianças entre zero e 150 anos.

O livro se encontra à venda pelo email: merlanio@gmail.com e pelo telefone (83) 999229660.

Deixaremos algumas fotos aqui para você saber bem o que aconteceu.