quinta-feira, 14 de novembro de 2019

A MORTE VAI LHE PEGAR


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Merlanio Maia

Meu amigo, minha amiga,
Largue o amor pela matéria
A vida é uma viagem
E o corpo é massa funérea
Deixe o exagero na estética
Buscando forma atlética
Porque o tempo vai passar
Melhore seus sentimentos
Pois daqui a alguns momentos
A morte vai lhe pegar!

Esqueça a plástica cara
E o silicone nos seios
A lipo-escultura louca
O botox e outros meios
De beleza artificial
És um ser espiritual
Cuja beleza é sem par
É o belo da Nova Era
Pois bem menos que se espera
A morte vai lhe pegar!

E vai pegar todo mundo
Eu, você, aquele, aquela...
É lei imortal da vida
Inexorável e bela
Daqui a sessenta anos
Fazendo a conta dos planos
Teremos que viajar
Que a vida é uma viagem
Melhore a sua bagagem
A morte vai lhe pegar!

Seja alegre, caminheiro,
Doce, humilde e amoroso
Otimista, alteritário,
Dedicado e caridoso
Somente assim a beleza
Terá a luz da Natureza
E nunca vai se acabar
Todos lhe darão amor
E enfim cheio de esplendor
A morte é o seu LIBERTAR!


FOI A MELHORA DA MORTE

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FOI A MELHORA DA MORTE!
Merlanio Maia

Diante do moribundo
A família desespera
Ali é questão de horas
Pra ele deixar esta esfera
Mas sua família aflita
Se exaspera, chora, grita,
Não aceita, renitente...
E o pobre ali deitado
Sofrendo naquele estado
Ninguém pensa no doente

Muitas vezes o ancião
Sentindo já a falência
Múltipla dos órgãos velhos
Na mais triste aparência
Mas ninguém quer aceitar
O fato de o libertar
De um fardo tão tenaz
E todos passam a dizer
- Se prepare pra viver
Uns trinta anos ou mais!

Que cruel ignorância
Que falta de caridade
Pois ao proceder assim
Privam-no da liberdade
É como se um detento
Que cumprisse seu tormento
Em anos numa prisão
Não pudesse mais sair
Pro colega não sentir
A dor da separação

O coitado sofre muito
Fica preso a fios mentais
Tecidos pela emoção
Dos seres que ama mais
E sofre preso à matéria
Que agora já é funérea
Toda em decomposição
Se não houver providência
Muitos caem na demência
Perdendo a própria razão

Por isto é que os amigos
Que já vivem mais além
Sabendo desta ocorrência
Buscando só o seu bem
Sempre pela madrugada
Vendo a família esgotada
Dão uma dose mais forte
Então melhora o doente
A família sai contente
E era a melhora da morte

É preciso ter ciência
Que o corpo é emprestado
Quando não tem condições
De ser bem utilizado
Então vai ser devolvido
E à dona terra, é descido
É a lei de Deus sempre forte
Por isso eu lembro a esse mundo
Melhora de moribundo
Foi a melhora da morte! 

VAI MORRER DO MESMO JEITO!

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VAI MORRER DO MESMO JEITO!
Merlanio Maia

Muita gente anda dizendo:
-Nem de longe eu penso em morte
Eu quero é gozar a vida
Ser feliz, ter muita sorte!
Esquece que ao nascimento
Sucede o falecimento
E este é o grande preceito
Pois corpo envelhecendo
Mesmo o cabra maldizendo
Vai morrer do mesmo jeito!

Aqui ninguém é poupado
Sendo rico, ou sendo pobre,
Homem, mulher, branco, negro
A lei a ninguém encobre
Ignorante, cientista,
Analfabeto, artista...
Aqui não há preconceito
Ninguém se ache no cúmulo
De querer fugir do túmulo
Vai morrer do mesmo jeito!

Tem gente tão apegado
Que não quer envelhecer
Quando nasce uma ruguinha
Apressado vai fazer
Uma cirurgia plástica
Sua atitude é tão drástica
É “Lipo” esticando o peito
as quando a hora é chegada
A máquina dá uma parada
Morre-se do mesmo jeito!

Caboclo que teme a morte
De tanto pensar nos erros
Não faz visita a doente,
Nem a velório ou enterros...
Mas só basta um desarranjo
Pra este sonhar com os anjos
Com os querubins e os eleitos
No seu velório é o assunto:
- Mesmo sem ver um defunto
Se esticou do mesmo jeito!

Agora eu fico lhe olhando
E penso sem nenhum erro:
- Será que vai demorar
O dia do seu enterro?!
Quem sabe a hora malsã?!
Será hoje ou amanhã?!
E imaginando direito
Já vejo um cacho de flores
Pois tendo ou não tendo dores
Vai morrer do mesmo jeito!

Você aí, como vai?
Nunca esqueça neste plano
De que a morte é a certeza
Na existência do humano
Faça mais a caridade
Aumente a sua bondade
Mude valor e conceito
Que a vida é uma viagem
Que tendo ou sem ter bagagem
Vai morrer do mesmo jeito!

ANTE A MORTE


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ANTE A MORTE
Merlanio Maia

Muita gente me pergunta
Em estado de desespero
Que fazer depois da vida?
Se já não há mais tempero
Diante da força da morte
Que arrebatou toda a sorte
De uma pessoa querida
E diz não ter mais razão
Sem mais achar solução
Nem motivação pra vida

Envolvido na saudade
Pergunta-me tanta gente
A enfrentar a dor da morte
De um querido parente
A saudade arrebatando
Ferindo e lhe maltratando
Deixando o ser sem saída
- Como sanar o buraco
Se o homem fica mais fraco
Com a alma bem mais ferida?

São mães que perderam filhos
Mulheres sem os maridos
Órfãos de pai e de mãe
Desesperados, perdidos,
Buscando os “porquês” da vida
De alma triste e combalida
Na falta dos entes seus
Bebendo o fel da revolta
Na dor profunda envolta
E assim brigados com Deus

Que Deus perverso o que tira
O são e deixa o doente?
Leva o jovem, deixa o velho
Ficando o órfão inocente?
Que Deus injusto seria
Esse que tira a alegria
E deixa agonia e dor?
Os “porquês” tão repetidos
Vem do coração vencido
Num peito tão sofredor

Mas sempre vem a bonança
Da resposta do Divino
E uma fresta de esperança
Chega ao coração menino
E é por ali que a resposta
Em hora certa está posta
Aumentando a claridade
Mostrando o amor infinito
E a justiça sem conflito
De Deus-Pai Todo Bondade

Eis que a lógica lhe diz
Que a vida não cessa nunca
Permanece além do corpo
É dádiva que não se trunca
Borboleta ante o casulo
Que lhe servia de túmulo
E agora é felicidade
Voar, voar e voar...
Beber néctar e pairar
Em cores e alacridade

Novos corpos são tomados
Na mesma e única vida
Renascendo e aprendendo
É que o espírito se lapida
Qual pedra bruta cortante
Que se descobre brilhante
E sente tal liberdade
O espírito segue assim
Nas estradas do sem fim
Buscando a felicidade

E quando alguém já sem corpo
Manda mensagens do além
Cantando a imortalidade
Para os amados de aquém
A mais bela poesia
Não retrata a alegria
Dos que viraram ateus
Mas se erguem corajosos,
Mais crentes, mais fervorosos
E fazem as pazes com Deus!

Ó JESUS!... JESUS!... JESUS!...


Ó JESUS!... JESUS!... JESUS!...
 Merlanio Maia

Que palavra poderosa
Que grande sonoridade
De expressão tão gloriosa
Repleta de claridade
A consolar os aflitos
E a resolver os conflitos
De almas presas à cruz
No amparo ao desespero
É declamada com esmero:
Ó Jesus!... Jesus!... Jesus!...

Seja em noite muito escura
Por onde o perigo espreita
Na tempestade mais dura
Ou na verdade desfeita
Na dor e no sofrimento
Qualquer que seja o tormento
Quando a esperança reduz
Num suspiro de agonia
Alguém sempre balbucia:
Ó Jesus!... Jesus!... Jesus!...

Na hora do nascimento
Quando se houve os gemidos
Da mãe naquele momento
Depois o choro e os vagidos
Do recém-chegado ao mundo
Num suspiro bem profundo
Que a alegria conduz
Todo mundo se enternece
E sempre surge uma prece:
Ó Jesus!... Jesus!... Jesus!...

E é pela vida inteira
Que todos vão repetindo
Na fé pura e verdadeira
Seja chorando ou sorrindo
Quando bate a alegria
Que em hora de euforia
Todo semblante reluz
Tanta gratidão sentindo
Muda prece vai-se ouvindo:
Ó Jesus!... Jesus!... Jesus!...

Também na hora extrema
Nos estertores da morte
Todos naquele dilema
Buscando o alento da sorte
Agarrados a esperança
Vendo que aquele se lança
E para o além se conduz
É bem ali nessa hora
Que se diz enquanto chora:
Ó Jesus!... Jesus!... Jesus!...

Que poder tem esse nome
Que consola e abençoa
Nele a dor se consome
E a tristeza se escoa
É o poder do amor
Do Mestre cujo esplendor
Transformou Seu nome em luz
Por isso a humanidade
Em toda necessidade
Diz: Jesus!... Jesus!... Jesus!...