quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O POETA, A CRIANÇA E AS ESTRELAS


O POETA, A CRIANÇA E AS ESTRELAS
Merlânio Maia

Era uma vez um poeta
No seu constante pensar
Querendo das leis da vida
O mistério desvendar
Sai a andar pela praia
Molhando seus pés no mar

Quando avista lá na frente
Uma cena de estranhar
Uma criança tão bela
Que deixara de brincar
Pra jogar no oceano
As estrelinhas do mar

No verão as ondas vinham
Trazendo estrelas do mar
Depositando na praia
Era assim quase um bailar
Logo as estrelas morriam
Nesse calor de matar

E a criança nesta luta
Quase sem poder parar
Socorrendo as estrelinhas
E as devolvendo ao mar
Era um esforço tão grande
Que dava dó de olhar

E o poeta diz: Menino!
Ninguém pode ajudar
Que diferença farás
Diante da força do mar?
Pois milhões irão morrer
Sem que as possa salvar

E a criança suada
Sem nem pensar em parar
Fala com a sabedoria
De quem já sabia amar
- Pra essa eu fiz diferença!
E joga a estrela no mar

E o poeta surpreso
Volta pra casa a pensar
Na omissão que há no mundo
E no muito a realizar
Cada um tem uma parte
Quem haverá de esquivar?

No outro dia bem cedo
Na praia daquele mar
Quem passou observou
Que havia um homem a salvar
Estrelas, era o poeta,
E as devolvia ao mar!

Nenhum comentário: