quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

EIA VOZ


EIA VOZ!
Merlânio Maia

Já pensava Voltaire: - Defenderei
O direito de voz que é seu confesso
Muito embora o que penso seja o avesso
Porém, por sua voz, eu morrerei!

Se o filósofo assim se justifica
Pela rica e profícua discussão
No debate que dá convicção
E a razão surge e a nós dignifica

Por que é que há em tanto segmento
O cerceiar da voz, da vez e os vis
Enfileiram-se mostrando perfis
Sem dar voz, nem dar vez ao pensamento?!

Que o meu grito arrebente as tais correias
Que o meu canto, no encanto seja a voz
Que o discurso de amor desarme o atroz
E arrebente a corrente, a algema, a peia!

Que o meu nome seja adjetivado
Como o canto real tonitruante
Que rompeu o tal silêncio infamante
E deu luz ao que sonhava calado

Eia Voz! Ressuscita o pensar certo
Que jazia no túmulo da mordaça
Corre solto pela alameda, praça,
Leva o encanto, és um cidadão LIBERTO!




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