quarta-feira, 19 de novembro de 2014

19 DE NOVEMBRO DIA DO POETA CORDELISTA



VIVA LEANDRO GOMES DE BARROS!!!

CRÔNICA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Leandro, o poeta

(por Carlos Drummond de Andrade) (Jornal do Brasil, 9 de setembro de 1976)

 

”Em 1913, certamente mal informados, 39 escritores, num total de 173, elegeram por maioria relativa Olavo Bilac príncipe dos poetas brasileiros. 

Atribuo o resultado a má informação porque o título, a ser concedido, só podia caber a Leandro Gomes de Barros, nome desconhecido no Rio de Janeiro, local da eleição promovida pela revista Fon-Fon, mas vastamente popular no Norte do país, onde suas obras alcançaram divulgação jamais sonhada pelo autor de Ouvir Estrelas. 

E aqui desfaço a perplexidade que algum leitor não familiarizado com o assunto estará sentindo ao ver defrontados os nomes de Olavo Bilac e Leandro Gomes de Barros. 

Um é poeta erudito, produto de cultura urbana e burguesia média; o outro, planta sertaneja vicejando à margem do cangaço , da seca e da pobreza. Aquele tinha livros admirados nas rodas sociais, e os salões o recebiam com flores. Este espalhava seus versos em folhetos de cordel, de papel ordinário, com xilogravuras toscas, vendidos nas feiras a um público de alpercatas ou de pé no chão. E conclui a propósito de Leandro: 

Não foi príncipe de poetas do asfalto, mas foi, no julgamento do povo, rei da poesia do sertão, e do Brasil em estado puro”.



VIVA O DIA DO CORDELISTA!!!

Leandro Gomes de Barros, paraibano nascido em 19/11/1865, na Fazenda da Melancia, no Município de Pombal, é considerado o rei dos poetas populares do seu tempo.

Em sua homenagem, hoje é o Dia do Cordelista.

Foi um dos poucos poetas populares a viver unicamente de suas histórias rimadas, que foram centenas. Leandro versejou sobre todos os temas, sempre com muito senso de humor. Começou a escrever seus folhetos em 1889.

Na crônica intitulada Leandro, O Poeta, publicada no Jornal do Brasil em 9 de setembro de 1976, Carlos Drummond de Andrade o chamou de "Príncipe dos Poetas" e assinala:

"Não foi príncipe dos poetas do asfalto, mas foi, no julgamento do povo, rei da poesia do sertão, e do Brasil em estado puro".

Enciclopédia Nordeste: Biografia de Leandro Gomes de Barros - http://goo.gl/CENy4n

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