(Merlânio Maia)
Era quase o fim do ano
Velho guarda vigiava
Naquela noite tão fria
No seu labor espreitava
Ao longe vê um menino,
Sozinho e tão pequenino
Sem saber o que o destino
Para ele preparava
Adianta-se e pergunta:
Você aí, de onde vem?
E o menino lhe responde:
- Eu venho de mais além
- E sua mãe, eu posso ver?
- A minha mãe pode ser
A que deseja fazer
A paz, o amor e o Bem!
E seu pai, você tem pai?
Meu Pai é o mais amoroso
Ele é a própria esperança
É o Ser sempre operoso
Está em todo lugar
Nunca pára de amparar,
De proteger, de amar
É Deus todo poderoso!
O guarda emocionado
Liga da lanterna a luz
E vê um menino lindo
Com seus dois olhos azuis
Quais dois belos diamantes,
Encravados, tão brilhantes,
Dois lindos sóis fulgurantes
Era o menino Jesus!
Diz o guarda de joelhos
Que trazes na tua mão?
- Trago de novo as sementes
Da grande renovação
São presentes da bondade
Do Pai para a humanidade:
Fé, Esperança e Caridade
Que nascem no coração
E abrindo a mão miúda
Três sementes do astral,
Vão ao velho coração
Multiplicam-se afinal
Em mil luzes coloridas
Enfeitando as avenidas
Enchendo o mundo de vida
Que era noite de Natal!
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