Poema de Merlânio Maia
Olha a tua volta
Se estás revoltado
Vê o teu estado
Que bom que ‘inda és
Quantos sofredores
Quantos mutilados
Quantos desgraçados
Da lama às ralés
Olha a tua volta
Tu que ‘inda reclamas
Tens casas e camas
Roupas cobertores
Quanta dor existe
No triste abandono
Em noites se sono
No frio, quantas dores
Olha a tua volta
Se não compreendes
Quase sempre tendes
A julgar, ferir
Quem passa sorrindo
Às vezes oculta
O sofrer e luta
Para não cair
Olha a tua volta
Se cruzas os braços
Apressa teus passos
Pra teu próprio bem
A vida é veloz
Se não a alcanças
Tuas esperanças
Se irão também
Olha a tua volta
Deus impõe limites
Te enche de convites
Pra o viver, o amar
Aproveita agora
Amanhã é tarde
Tudo hoje arde
Pra te levantar
Olha a tua volta
Há irmãos fracassados,
Doentes, mutilados
Órfãos sem ninguém
Ocupa tuas mãos
Socorre, ampara
Ama e nunca pára
Anda, faz o bem!
Olha a tua volta
A vida é ativa
Tudo te incentiva
Desperta, te solta
Mesmo no escuro
Não estás sozinho
Há luz no caminho
Olha a tua volta!
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