terça-feira, 30 de abril de 2013

A CANDEIA E A ARTE


A CANDEIA E A ARTE
 Merlânio Maia

Que teria um poeta sertanejo
A dizer aos humanos sobre a arte,
Se carrega somente um estandarte
Da poesia vital dos sonhos seus
Mas se existe uma arte verdadeira?
Neste plano sensível da conquista
Todo o sonho de estética do artista
Nasce da inspiração que vem de Deus

Que dizer aos ouvidos surdos, moucos...
Pois a quem endereço o meu cantar
Ainda não é capaz de mergulhar
Nesta obra de arte e de grandeza
Que sequer ante a tela do Universo
Das estrelas escuta a melodia
Nem dos astros o canto que irradia
Num desfraldar de vida e de beleza?!

Se não ouve da Terra o acalanto
Nem escuta o oceano tão bravio
Nem a fonte, o regato, o grande rio...
Nem a queda do veio cor de prata
Nem as nuvens que os ventos vão soprando
Nem o atrito estridente dos trovões
Nem a chuva que cai aos borbotões
Nem o som poderoso da cascata?!

Se não sente beleza no arco-íris,
Nem nas flores que levam cor ao campo,
Nem o encanta o piscar do pirilampo
Nem a larva que empesta uma floresta
E mais tarde adormece num casulo
Todo rijo e disforme em casca preta
Pra renascer, liberta, borboleta,
Multicor transformando o mundo em festa

Quem ao canto dos pássaros despreza
Quem o nascer do Sol não revigora
Não percebe que a natura aprimora
Seus acordes de eterna sinfonia
Quem não fez oração ao sol poente
Não consegue entender o dom da vida
Nem saber que a chegada e a partida
É um eterno pulsar em noite e dia

É esta Arte que falo e até declamo
Que se canta inebria os sofredores
E levando esperança, riso e flores...
Onde há trevas este canto leva luz
Onde a tristeza invade é alegria
Onde há dor balsamiza em esperanças
É o canto das Bem aventuranças
É o Sermão do Monte de Jesus!

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