segunda-feira, 2 de agosto de 2010

UM POEMA DE UM A DEZ

UM POEMA DE UM A DEZ
Merlânio Maia


Um Cristo veio ensinar
Dois foram seus mandamentos
Três sermões de encantamentos
Quatro cegos a enxergar
Cinco coxos a andar
Seis cidades, seis choupanas
Sete dias por semana
Oito possessos curados
Nove povos renovados
Dez leprosos dão hosanas!

Dez romanos desertores
Nove raios rasgam os céus
Oito mulheres de véus
Sete rabinos doutores
Seis duplas de seguidores
Cinco guardas bebem vinho
Quatro dezenas de espinhos
Três cravos dor e tormento
Dois ladrões e um lamento
Um Cristo a morrer sozinho

Um corpo jaz sepultado
Dois caminham pra Emaús
Três dias de treva e cruz
Quatro guardas bem armados
Cinco selos colocados
Seis olhos de espiões
Sete travas nos portões
Oito mulheres chorando
Nove horas esperando
Dez desistem das missões

Um relampo rasga a aurora
Dois olhos ao Mestre via
Três hosanas de Maria
Quatro guardas vão-se embora
Cinco duvidam na hora
Seis Fariseus a tremer
Sete ansiosos por ver
Oito doutores irados
Nove visões do Amado
Dez séculos pra entender



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