POESIA #2746 A SAGA DO AMOR
Quando o Amor saiu de moda
O egotismo floresceu
O outro foi descartado
Era só eu, eu e eu
A indiferença apossou-se
O afeto escafedeu
O mundo autocentrou-se
Era só eu, eu e eu
Nova tecnologia
Pra humanidade nasceu
Toda luz vinha das telas
Era só eu, eu e eu
A exposição nas fotos
Irreal, falsa e de breu
O riso era de plástico
Era só eu, eu e eu
Logo o mundo então dobrou-se
E ao capital cedeu
Numa infeliz ilusão
Era só eu, eu e eu
E as lojas vendiam dores
Pra quem não se conheceu
E as flores eram imagens
E era só eu, eu e eu
Na mão a tela lembrava
Que o real se perdeu
O amor saiu de moda
Era só eu, eu e eu
Até mesmo no Natal
Ao Deus-menino escondeu
Papai Noel trouxe o Ego
E era só eu, eu e eu
Se o outro pedia alento
Um afeto não se deu
Fechavam vidro na cara
Era só eu, eu e eu
Tudo perdera o sentido
E o mundo adoeceu
As guerras tomaram o tempo
Era só eu, eu e eu
Como destruíram tudo
A floresta pereceu
Todo clima atormentou-se
E era só eu, eu e eu
As águas tudo alagando
Mas a ninguém socorreu
No frio veio a frieza
Era só eu, eu e eu
E o planeta enfurecido
Soltou o elemento seu
Pra dar fim a humanidade
A causa: o Amor morreu!
No caos que ali se instalou
Um menininho nasceu
Despertando infindo afeto
E ali o Amor renasceu
E tocou aquele povo
Brisa soprou, Sol vigeu
Logo a notícia espalhou
De que o amor nasceu
E o Amor voltou a moda
Todo mundo o acolheu
Pintaram ruas e praças
Só porque o Amor nasceu
E até hoje a humanidade
Busca o novo status seu
O status do amor ao outro
Só porque o amor nasceu!
(Merlanio - poesia da hora)
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