SOU CORDEL SOU A POESIA

 

SOU CORDEL SOU A POESIA

Merlanio

Poeta regional

Alguém adjetivou

Que região genial

Que este poeta aportou

Região: Planeta Terra

Onde a poesia se encerra

Qual cântico libertador

Onde é que nasce a poesia?

Começa ao raiar do dia

Feita por Deus Criador!

 

Eu chamo de popular

Popular é a simetria

Dos grandes do meu lugar

Que metrificam poesia

Qual Castro Alves na ação

O Condoreiro Titão

Que usou seu condoreirismo

E engajou seus poemas

Como bandeiras e emblemas

Contra todo escravagismo

 

Sou quem sublevo os sonetos

De Bilac, Augusto e Auta

Meus versos seguem completos

Qual deus Pan tocando flauta

No Decassílabo Camões

Chega pintando mil tons

Trago os versos que contém

Manoel de Barros, Bandeira

Mário de Andrade na feira

Que Macunaíma vem

 

Sou o homem antropofágico

Que o Mandacaru pariu

E Tarsila em dia trágico

Que só seu Oswald viu

Sou Portinari e as crianças

E os caboclos que ele lança

No modernismo também

Sou passado e sou presente

Sou o Cordel mais competente

Rasgando o véu do além 

 

Eu trago Manuel Bandeira

Que em Pasárgada aportou

E Drummond pedra certeira

E um Guilherme que pautou

Vem João Cabral com Murilo,

Cecília e tudo aquilo

O passado em um dia

Sou o poeta que nasceu

Com tanto poema seu

Ele é a eterna poesia

 

Sou a nova Renascença

Que vem chegando na Terra

Desato nó da descrença

E aplaino buraco e serra

Sou Arte que faz o Bem

Sem preconceito ao que vem

De crença, cor, etnia,

Sou Utopia que impera

Sou Arte da Nova Era

Sou a própria Primavera

Sou Cordel Sou a POESIA!

(Merlanio)