ARTE DO ESPÍRITO IMORTAL
Merlanio Maia
Eu Peço licença a Deus
E aos senhores e senhoras
Pra falar dos esplendores
Da Arte por essas horas
Louvado seja Jesus
Que me abriu esta luz
Pra falar da Arte agora
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A Arte nasce com o homem
Quando pisa no planeta
E acessa o imo da alma
E faz sua vida completa
E a caça, a pesca e os mitos
Vem a baila intensos ritos
E toma forma sua crença
Sonhando um mundo maior
De terra fértil melhor
Que a Arte toma presença
E os milênios vão passando
E as falas já são faladas
Nascem mitos, ritos, lendas
E as histórias são contadas
Entre batuques e cantos
Nasce o sonho dos encantos
A Arte une mortos e vivos
A Arte é o meio e o fim
E entre dois mundos assim
Nesses transes primitivos
Passa o tempo nas telas do infinito
Chegam povos de mundos capelinos
Dançam, recitam, contam, cantam hinos
Traz na Arte a saudade e seu conflito
Degredados de um mundo tão bonito
Vestem o Belo que o Bem não tem fanal
E esses fazem sua Arte imortal
Capturam a Arte do Paraíso
E ao representar aquele seu juízo
Fazem na Arte o viver espiritual
Segue o tempo e a Grécia principia
C’o a escultura de Vênus doce e bela
E os poetas cantavam as estrelas
Desvelando a sua Mitologia
E é ali que nasce a Filosofia
E Pitágoras cria a escala musical
E vem Sócrates filósofo sem igual
Onde Homero faz versos na poesia
E eis que a língua dos deuses se inicia
Com esta Arte do mundo espiritual
Os Egípcios se esmeram em pinturas
Em sua arquitetura gigantesca
E nos ritmos e dança pitoresca
E ante os mortos na crença e na gravura
Gigantesca produção de escultura
E os Hebreus cantam Salmos ao Senhor
Forjam seus instrumentos de valor
Vibram cordas que encantam as histórias
Os seus mitos e lendas suas glórias
Reis, profetas e esperam o Redentor
E os filósofos estudam aquela Arte
Teorizam seu brilhantismo estético
Do espetáculo coeso, intenso, ético,
Explodindo o planeta em toda parte
Platão conta, Aristóteles comparte
Filosofam imagens, sons e tais
E as danças e poemas sem iguais
Vão sublimando a vida e a crença
Explodindo na grande Renascença
Nas civilizações ocidentais
E a Mãe-áfrica com seus tambores tantos
Ritmando o Universo Mitológico
Onde os deuses no encanto cosmológico
Também dançam e entoam os seus cantos
Nesta Arte a Mãe-Terra traz seu pranto
Ecoado em senzalas tristes ais
Miscigenam culturas ancestrais
Faz das dores seu canto de alegria
E assim nascem em ritmos e harmonia
Enriquecendo a Arte em seus fanais
E a Arte invade a alma
Limpa energias e acalma
Traduz-se alegre na palma
Harmoniza e acende a luz
Evola e engrandece a messe
Entre dois mundos é prece
E o Belo ao Bem engrandece
No brilho que a Arte produz
Desperta quem vai dormindo
Levanta quem vai caindo
Motiva quem vai subindo
No caminho redentor
E estimula em cantoria
Que o espetáculo inicia
E é na força da poesia
Que a música se faz amor
E a Doutrina Espiritista
Recebe a Arte brilhante
Que encanta, harmoniza e cura
Na doçura do instante
Os tempos já são chegados
Esta Arte traz o esplendor
Das lições da Boa Nova
Do Cristo Consolador
A Casa Espírita enriquece
Na canção que entoa em prece
E a oração busca a luz
Dos mundos lindos do Astral
Abrindo um grande Portal
Tocam os servos de Jesus
Um poeta diz poesia
Cantam os jovens artistas
Um grupo que interpreta
Na Peça que o Bem concita
Um outro usa o seu cinzel
Um grupo dança louvando
Céus e Terra entrelaçando
Pela Arte Espiritista
E eu canto pra ver esta Arte seguindo
A sua missão tão profunda e real
Que nos sintoniza com o plano astral
Que se comunica conosco sorrindo
Ampara quem vai, recebe quem vem vindo
E aos aqui na Terra vai entusiasmar
É o Belo que semeia o Bem sem parar
O Artista é o médium da beleza eterna
Que aponta o Bem como essa luz fraterna
Da vida do Além que vem nos consolar
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De novo agradeço a Deus
E a todos deste salão
Por ter a delicadeza
De ouvir o meu mourão
O cantador agradece
Que meu canto seja prece
De luz e libertação
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