segunda-feira, 22 de julho de 2019

DUAS CARAS - O CRONISTA


O CRONISTA DO CORDEL

DUAS CARAS
Merlânio Maia

O que vês no teu espelho?
Que imagem há de mostrar?
A de um homem honrado e simples
Um só em todo lugar?
Ou de um triste mascarado
Duas caras dissimulado
Cheio de dolo e má-fé?
Interesseiro e mesquinho
Que se faz um cordeirinho
Mas és serpente de pé?

Jesus o Mestre divino
Chamou “Sepulcros caiados
De branco e limpo por fora
Mas por dentro recheados
De podridão”. É o que sois?
Ontem, agora e depois
Sereis tratados assim
Com a verdade alcançando
E as máscaras te revelando
Que o mal sempre terá fim!

Quando apontas um dedo
Três dedos teus te acusam
Em breve sentirás medo
Volta o mal de que se abusam
Não adianta nem gritar
Bradar, gemer, blasfemar
É a Lei de causa e efeito
Que vai no endereço certo
Na multidão, no deserto
No encontro do mal eleito

Não se engana o tempo inteiro
Todo mundo de uma vez
Um dia a casa na areia
Ruirá na insensatez
A mentira é desmentida
A calúnia destruída
O sol esfuma os teus breus
Quando esta hora chegar
Quem de ti irá lembrar
Que a Justiça irá cobrar
São as Leis santas de Deus


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