quarta-feira, 16 de abril de 2014

AS 10 FACES DO ORGULHO



AS DEZ FACES DO ORGULHO
Merlânio Maia

O orgulho é a maior chaga
Que consome a humanidade
É uma chama que queima
Destruindo a igualdade
É um mal tão tenebroso
Que leva o ser orgulhoso
A um precipício profundo
Sem sentimento fraterno
A viver no próprio inferno
Erigido neste mundo

São raros os que não tem
Esta chaga nesta vida,
Sem apontar pra ninguém
Mas com o dedo na ferida
Quem pode se arvorar
De esta chaga não guardar
No seio da humanidade
Que vai minando o sujeito
E vai mudando o conceito
Até a infelicidade

Só para exemplificar
No estudo meticuloso
Citarei subprodutos
Do mal do ser orgulhoso
O MELINDRE é um estado
E o melindroso, coitado,
É o orgulhoso na mágoa
Uma vítima de si mesmo
Mais um orgulhoso a esmo
E vai dar com os burros n’água

Depois vem a PRETENSÃO
Orgulho de aspirações
É quem acha que só ele
No mundo tem condições
Pois o ser pretensioso
É um sujeito orgulhoso
Enganado em seus anais
Condutor da velha chaga
Que se transformou em praga
Sempre a tirar sua paz

Um outro subproduto
Tem nome de PRESUNÇÃO
É o orgulho no saber
É a paixão da razão
E se Sócrates dizia
Saber que nada sabia
É o oposto o presunçoso
Sabe mais que todo mundo
Acha-se tão mais profundo
Eita caboclo orgulhoso!

O PRECONCEITO é o orgulho
De concepção, valor,
Que acorrenta o sujeito
A classe, raça, sexo, cor!...
E superior se sente
É orgulho tão somente
Que o mantém iludido
Gerando infelicidade
Em si e na humanidade
E em breve estará perdido

A INDIFERENÇA é o orgulho
Que há na sensibilidade
Também gera preconceito
E forja a infelicidade
Filho do orgulho é o DESPREZO
Outro produto de peso
Que fez e ainda faz
Quem o detém infeliz
Sem vida e sem diretriz,
Sem alegria, sem paz!

É tanto subproduto
Que traz infelicidade
Outra filha do orgulho
É a chamada VAIDADE
Esse é de quem se acredita
Ser muito mais que credita
É um caminho mortal
Que atrofia o progresso
Fazendo a seu retrocesso
Na vida espiritual

E o que dizer da INVEJA
Tão cruel subproduto
Perante a vitória alheia
Fazendo o homem mais bruto
Alimentando a intenção
De ver a destruição
Daquele, ser, venturoso...
A desejar todo o mal
E a destruição total
Pense num cabra orgulhoso!

E o que dizer agora,
Da velha FALSA MODÉSTIA
O humilde artificial
Eis a terrível moléstia
A voz doce e aveludada
Com uma serpente guardada
Mansos, são dissimulados,
Repleto de hipocrisia
A estes Jesus diria:
Fora, sepulcros caiados!

E o sujeito PREPOTENTE
Orgulhoso no poder
A pisar em todo mundo
Achando que estar é ser
Coitado, vive enganado,
Iludido e perturbado
Não sabe dos amanhãs
Sua vida é um engodo
Pisando em charco e lodo
Em ações tolas e vãs

São estas reflexões
Que levam ao crescimento
No combate ao orgulho
Com auto-conhecimento,
Pois o indivíduo renasce
Muda o corpo e a face
Buscando as luzes do amor
E a sua felicidade
Só achará de verdade
Na Reforma Interior!

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