domingo, 12 de maio de 2013

MÃE MALVADA


MÃE MALVADA
Merlânio Maia

Mãe malvada, mãe malvada!...
Foste sim a responsável
De dar fim as brincadeiras
Me deixando inconsolável
Ficava triste, chorando,
Muitas vezes blasfemando
- Porque tanta malvadeza?
Mas tua mente divina
Me ensinava a disciplina
A coragem e a fortaleza

Mãe malvada quantas vezes
Me obrigavas a estudar
Longas horas sem descanso
Cheguei perto de odiar
Mas teu rosto iluminava
Quando o boletim chegava
É que esculpias em mim
O esforço para a vida
E a recompensa devida
Da competência sem fim

Mãe malvada que fazia
Arrumar o quarto inteiro
Às vezes até gritava
Dizia: - Arruma o chiqueiro!
Eu arrumava chorando
Mas era tu me ensinando
De minhas coisas cuidar
Preparando mais a fundo
Pra que enfrentasse o mundo
E aprendesse a prosperar

Mãe malvada que até mesmo
Meus amigos conhecia
Afastava muitos deles
E eu não te entendia
E morria de vergonha
Pois tu sem ter cerimônia
Despachava-os de início
E foi devido a teu zelo
Que nunca fiz desmantelo
Nem contraí nenhum vício

Mãe malvada eu hoje entendo
O quanto tu me amavas
Mesmo que eu não te entendesse
Em mim sempre acreditavas
Mas o que eu tinha certeza
Que era pura malvadeza
Era só tua missão
Que cumpristes com desvelo
E é por teres tanto zelo
Que sou este cidadão

Olho pra trás ó mãezinha
E hoje consigo ver
O que naqueles momentos
Não poderia entender
Sei que muito te cansavas
Mas a mim te dedicavas
Ser mãe dura era uma dor
De ser mãe incompreendida
Eu sei, mãe, que a minha vida
Foi feita por teu AMOR!

Por isso neste teu dia
As palavras eu não tenho
Para dizer o que sinto
De teu amor, teu empenho
Tua idade já avança
Sou o homem que foi criança
Grande pelos atos teus
E reconheço afinal
Que mãe tão especial
É esta que me deu Deus!!!

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