segunda-feira, 27 de agosto de 2018

POEMA PARA O SETEMBRO AMARELO A VIDA É SIM PRA VALER

A VIDA É SIM PRA VALER
Merlanio Maia

Minha amiga, amigo meu,
Não há ensaio na vida
Quando nasce a gente estreia
E entre a chegada e a partida
Tudo acontece na vera
Não há tempo nem espera
Por isso há que crescer
Ter mais gana sem receio
Mostre ao mundo a que tu veio
Que a vida é sim pra valer!

Não desista siga em frente
Que a vida é força incontida
Use esse dom poderoso
Mantenha a cabeça erguida
Se cair, levante então
Se ofender peça perdão
E recomece a viver
A atitude é quem impera
Pois seja em qualquer esfera
A vida é sim pra valer!

Se penas em sofrimento
Saiba que é de passagem
No mundo não há tormento
Que eternize a viagem
Quando o sofrer se desgasta
A própria vida diz: Basta!
E assim chega o alvorecer
Pois pra tudo há solução
Liberte-se da ilusão
Que a vida é sim pra valer!

Toda experiência importa
E precisa ser vivida
Vivida com intensidade
Porque o aprendiz da vida
Quando fracassa e levanta
A experiência o decanta
E enriquece o seu viver
Jamais tema o sentimento
Viva assim cada momento
Que a vida é sim pra valer!

Viaje mais pelo mundo
Leia mais, seja aprendiz
No afeto seja fecundo
Seja e faça alguém feliz
Conduza sempre a alegria
Leve ao outro, esta magia
Que cura e acaba o sofrer
O solidário conduz
O brilho da própria luz
Que a vida é sim pra valer!

E quem vive intensamente
Vibra em outra dimensão
Tem u’a poderosa mente
Com maior diapasão
Esse tem felicidade
Porque vive de verdade
E é rico de amor seu Ser
Tanto bem sua alma entoa
Que o universo a ele doa
E inunda a sua pessoa
Que a vida é sim pra valer!

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

GANDHI E A ESSÊNCIA DO MAL


por Merlânio Maia

Perguntaram ao santo Gandhi
Onde é do mal a essência
- É a política sem princípios
O prazer sem consciência
Faltar ética ao negócio
Explorar pra dar-se ao ócio
Saber sem honra e valor
Ciência sem humanidade
Religião sem humildade
E a riqueza sem labor!

ADEUS



Chico Xavier conta que estava no Cemitério de Pedro Leopoldo, pequena cidade mineira em que nasceu, quando um jovem padre se aproxima dele.

- O senhor é Chico Xavier?
- Sim senhor!
- Aquele que fala com os defuntos?
- Sim senhor.
- Os espíritos das trevas têm muita astúcia para seduzir para o mal.
- Mas os espíritos que se comunicam através de mim somente pregam o Bem.

Diante da resposta, o padre lançou um desafio. Puxou um papel do bolso e uma caneta e perguntou:

- Aqui é um ambiente que deve estar recheado deles, num é? Será que algum teria disposição de se comunicar agora?

Chico recebeu o papel e a caneta e veio o espírito da poetisa Auta de Sousa que deixou seu nome neste soneto que acho seja uma das maiores joias da língua portuguesa.


Adeus Auta de Souza

O sino plange em terna suavidade,
No ambiente balsâmico da igreja;
Entre as naves, no altar, em tudo adeja
O perfume dos goivos da saudade.

Geme a viuvez, lamenta-se a orfandade;
E a alma que regressou do exílio beija
A luz que resplandece, que viceja,
Na catedral azul da imensidade.

“Adeus, Terra das minhas desventuras...
Adeus, amados meus...” — diz nas alturas
A alma liberta, o azul do céu singrando...

— Adeus... — choram as rosas desfolhadas,
— Adeus... — clamam as vozes desoladas
De quem ficou no exílio soluçando...



Nascida em 12 de setembro de 1876, em Macaíba, Rio Grande do Norte, Auta de Souza desencarnou em 7 de feverei­ro de 1901, portanto, aos 24 anos, em Natal. O soneto acima integra o Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada pelo médium Chico Xavier.