domingo, 5 de novembro de 2017

EU VI

Merlânio Maia

Eu vi, Meuzamô, eu vi
Direitos de quem trabalha
Virar pó ante interesses
De uma vil politicalha
Vi a miséria voltar
Aos mais pobres assombrar
E o carro triste da fome
Passar rondando o meu povo
Vi o ódio nascer de novo
Como um mal que não tem nome

Eu vi ladrões e assassinos
Com o colarinho branco
Jogar meninas, meninos
No abismo do barranco
Dos sem vida e sem futuro
E o interesse obscuro
Da ganância que avança
Mudar leis pra escravizar
Politicalha comprar
Pra destruir a esperança

Eu vi um triste espetáculo
De um presidente mulambo
Que se apossou do cenáculo
E como um boneco bambo
Pra se manter no poder
Nossos direitos vender
Em feira abjeta e triste
E as facções do mal
Leiloar tudo afinal
De uma nação que inexiste

Eu vi a corrupção
Matar sonhos das crianças
Vi político ladrão
Votando contra a esperança
E vi um povo algemado,
Fraco e desmoralizado
Sem ter forças pra lutar
Pois cada o nascer do dia
Morria a soberania
Desta nação secular

Eu vi um povo absorto
Dizer pra todas as gentes
Que bandido bom é o morto
Mas permitir delinquentes
Assumir todo o poder
Assistir vídeos e ver
Bandidos na maior zorra
Ouvir a voz do obsceno
Como quem toma veneno
Querendo que o outro morra

Eu vi tudo isto enojando
Que a politicalha agora
Rouba e sai achincalhando
E rir quando o povo chora
Grava vídeo debochando
Sem ter ninguém reclamando
Gargalha e ainda quer mais
Diante de tanta inação
Vão afundando a nação
Como gosta satanás

Vi ameaças de morte
Vi roubos escancarados
Vi na justiça o suporte
Dos bandidos descarados
Vi as leis manipuladas
E outras seres aprovadas
Para vender a nação
Doando a imensa riqueza
Tesouros da Natureza
Para a colonização

Até quando segue o estado?
Até quando o povo vai
Como bezerro enjeitado
Sem ter mãe e sem ter pai?
E quando será o dia
Que se imporá a rebeldia
Contra esta sanha infernal
Ladrão, criminoso e víl
Parlamento do Brasil
Vende a nação que o pariu
Deixando o mundo abismado

Brasil, levanta teu braço
Desperta do sono eterno
Hora de entrar no compasso
Para sair do inferno
Toma nas mãos teu destino
Prisão já para o assassino
Pra politicalha vil
Ajunta os filhos e filhas
Coloca o país nas trilhas
SÊ SOBERANO, BRASIL!
Merlanio Maia

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