terça-feira, 6 de setembro de 2016

MORTE E VIDA



Merlânio Maia

Eu acho a vida na Terra
Tão incrivelmente linda
Que dói na alma a certeza
De saber que ela se finda
Dói demais esta verdade
De data de validade
Impressa desde o nascer
Cada segundo passando
O fim vai se aproximando
E este corpo vai morrer

É uma grande aventura
Viver pra morte malvada
Como pode? Tanta luta
Para desaguar no nada!
Assim entre a morte e a vida
Busca-se outra saída
Que mate a morte de vez
Em tudo há prova que o nada
É a matéria transformada
Nada é pura insensatez

No turbilhão da questão
Vem a resposta incontida
Quem nasce na terra morre
Noutra dimensão da vida
Esta certeza é tão forte
Morte é vida e vida é morte
Nem mesmo o corpo perece
Decompõe noutras matérias
Células, vírus, bactérias...
Outro mundo lá acontece

Então tudo se transforma
Tanta vida em profusão
O corpo não morre ocorre
Grande decomposição
É a vida que aproveita
Gerando outra receita
Da vida no transformar
Então quem morre é a morte
Pois a vida é muito forte
E há que se perpetuar

E quanto à inteligência
Que habitava o corpo morto
Esta sim, sai transformada
Noutra terra, noutro porto
A fé produz a esperança
Este ser que ali se lança
Nasce em outra dimensão
Nos ambientes astrais
De mundos espirituais
Espaços da criação

Pra sempre conectados
Pelas leis da vida eterna
Como ancestrais de nós mesmos
Na sociedade fraterna
Os santos, anjos e guias
São aqueles que outros dias
Viveram de morte e dor
Mas a si mesmo venceram
Evoluíram, cresceram
Despertando em si o amor!

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