segunda-feira, 27 de abril de 2015

POR CONTA DA ARMA


Um amigo me buscou esta tarde e desabafou:

Briguei com meu vizinho, por conta de fumaça de cigarro. O cara fuma da sacada do seu terraço e, como seu apartamento é bem em cima do meu, a fumaça toda entra pela sala, infestando o ar com a catinga nojenta que ele espalha a toda hora.

Poeta, o pior é que não tem hora! Às vezes estou almoçando e lá vem a catinga nojenta do cigarro do vizinho. Já desejei até câncer para ele, mas nada o faz parar. Já gritei, me esbaforei... Não tem jeito!


No mês passado, sufocado pela fumaça do desgraçado, tomado de uma ira sem tamanho, peguei um revólver e dei um tiro pra cima. E foi a pior coisa que fiz na minha vida!

O síndico ligou para a polícia e, em menos de cinco minutos a viatura da justa estacionou na frente do prédio.

Entreguei o revólver, fui levado para a delegacia e, depois de fichado ainda estou respondendo a um processo que não tem mais fim.

Depois de tudo isto, ainda dou graças a Deus! Na ira que eu estava, poderia ter atirado no meu desafeto fumador. Imagine!

Imagine a desgraça na minha família e na família dele! Ainda me arrependo de ter comprado aquela máquina dos diabos.

Agora o vizinho está movendo uma ação contra mim, solicitando uma distância legal, que posso até ter que me mudar do meu apartamento; a justiça já está correndo os panos do porte ilegal de armas; meus filhos andando assustado com o acontecido e a fumaça continua entrando e saindo sem que eu nem possa reclamar mais.

Um revólver pode estragar tudo, em um segundo!

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