quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

UM ANO NOVO PAI D'ÉGUA

Olha aí meu mais novo vídeo desse poema do meu Livro MENESTREL - O CONTADOR DE HISTÓRIAS.

PARA TODOS UM ANO NOVO PAI D'ÉGUA!!!


terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Leonardo Boff: Os sonhos do homem branco...

Leonardo Boff: Os sonhos do homem branco...

por Leonardo Boff
A crise econômico-financeira que está afligindo grande parte das economias mundiais criou a possibilidade de os muito ricos ficarem tão ricos como jamais na história do capitalismo, logicamente à custa da desgraça de países inteiros como a Grécia, a Espanha e outros, e de modo geral toda a Zona do Euro, talvez com uma pequena exceção, a Alemanha. Ladislau Dowbor (http://dowbor.org), professor de economia da PUC-SP, resumiu um estudo do famoso Instituto Federal Suíço de Pesquisa Tecnológica (ETH), que por credibilidade concorre com as pesquisas do MIT de Harvard. Neste estudo se mostra como funciona a rede do poder corporativo mundial, constituída por 737 atores principais que controlam os principais fluxos financeiros do mundo, especialmente ligados aos grandes bancos e outras imensas corporações multinacionais. Para esses, a atual crise é uma incomparável oportunidade de realizaram o sonho maior do capital: acumular de forma cada vez maior e de maneira concentrada.
O capitalismo realizou agora o seu sonho, possivelmente o derradeiro, de sua já longa história. Atingiu o teto extremo. E depois do teto? Ninguém sabe. Mas podemos imaginar que a resposta nos virá, não de outros modelos de produção e consumo mas da própria Mãe Terra, de Gaia, que, finita, não suporta mais um sonho infinito. Ela está dando claros sinais antecipatórios, que, no dizer do Prêmio Nobel de Medicina Christian de Duve (veja o livro Poeira vital: A vida com imperativo cósmico, 1997), são semelhantes àqueles que antecederam as grandes dizimações ocorridas na já longa história da vida na Terra (3,8 milhões de anos). Precisamos estar atentos, pois os eventos extremos que já vivenciamos nos apontam para eventuais catástrofes ecológico-sociais ainda na nossa geração.
O pior disso tudo é que nem os políticos nem grande parte da comunidade científica e mesmo da população se dá conta dessa perigosa realidade. Ela é tergiversada ou ocultada, pois é demasiadamente antissistêmica. Obrigar-nos-ia a mudar, coisa que poucos almejam. Bem dizia Antonio Donato Nobre num estudo recentíssimo (2014) sobre O futuro climático da Amazônia: ”A agricultura consciente, se soubesse o que a comunidade científica sabe (as grande secas que virão), estaria na rua, com cartazes, exigindo do governo proteção das florestas e plantando árvores em sua propriedade”.
Falta-nos um sonho maior que galvanize as pessoas para salvar a vida no Planeta e garantir o futuro da espécie humana. Morrem as ideologias. Envelhecem as filosofias. Mas os grandes sonhos permanecem. São eles que nos guiam através de novas visões e nos estimulam para gestar novas relações sociais, para com a natureza e a Mãe Terra.
Agora entendemos a pertinência das palavras do cacique pele-vermelha Seattle dirigidas ao governador Stevens, do estado de Washington em 1856, quando este forçou a venda das terras indígenas aos colonizadores europeus. O cacique não entendia por que se pretendia comprar a terra. Pode-se comprar ou vender a aragem, o verdor das plantas, a limpidez da água cristalina e o esplendor das paisagens? Para ele, tudo isso é terra, e não o solo como meio de produção.
Neste contexto reflete que os peles-vermelhas compreenderiam o porquê e a civilização dos brancos “se conhecessem os sonhos do homem branco, se soubessem quais as esperanças que esse transmite a seus filhos e filhas nas longas noites de inverno, e quais as visões de futuro que oferece para o dia de amanhã”.
Qual é o sonho dominante de nosso paradigma civilizatório que colocou o mercado e a mercadoria como o eixo estruturador de toda a vida social? É a posse de bens materiais, a acumulação financeira maior possível e o desfrute mais intenso que pudermos de tudo o que a natureza e a cultura nos podem oferecer até à saciedade. É o triunfo do materialismo refinado que coopta até o espiritual, feito mercadoria com a enganosa literatura de autoajuda, cheia de mil fórmulas para sermos felizes, construída com cacos de psicologia, de nova cosmologia, de religião oriental, de mensagens cristãs e de esoterismo. É enganação para criar a ilusão da felicidade fácil.
Mesmo assim, por todas as partes surgem grupos portadores de nova reverência para com a Terra. Inauguram comportamentos alternativos, elaboram novos sonhos de um acordo de amizade com a natureza e creem que o caos presente não é só caótico mas generativo de um novo paradigma de civilização, que eu chamaria de civilização de religação, sintonizada com a lei mais fundamental da vida e do universo, que é a panrelacionalidade, a sinergia e a complementariedade.
Então teríamos feito a grande travessia para o realmente humano, amigo da vida e aberto ao Mistério de todas as coisas. Ou mudamos, ou seguiremos por um triste caminho sem retorno.
FONTE: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/11/leonardo-boff-os-sonhos-homem-branco.html

MINHA ORAÇÃO DE MENINO

Senhor Deus,
livrai-me da tentação de abandonar minhas santas meninices!

Que eu nunca perca a inocência que trago no meu olhar menino
e que para sempre tenha o espanto do encantamento
em cada coisa que eu veja com meu olhar de menino;
em cada som que ouça com meus ouvidos de menino;
em cada sabor que prove com minha língua de menino;
em cada toque que tateie, minhas mãos de menino;
em cada palavra dita ou cantada com minha boca de menino.

Senhor, fazei com que os meus sonhos permaneçam estes sonhos da infância e que minha imaginação seja fértil em entender os mistérios da vida que somente os meninos entendem.

E que eu permaneça percebendo este mundo como o Reino dos Céus que somente os que se assemelham aos meninos percebem!

Senhor Deus, que o ano 2015 seja o ano das meninices santas que produzem a Paz, a Alegria e a Felicidade!

Amém!
(Merlânio Maia)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

INIMIGO OCULTO


José Martí já dizia:
É triste não ter amigos
Porém é mais triste ainda
Quem nunca teve inimigos
Aqueles que não os tem
Nada construíram além
Nem nunca fizeram o bem
Não são joios, nem são trigos!

O inimigo declarado
Me produz grande respeito
É verdadeiro e direto
E age claro do seu jeito
Mas aquele falso amigo
Representa tal perigo
É o mais torpe inimigo
Causa-me asco o sujeito!
(Merlânio Maia)

Siga-nos no Facebook
https://www.facebook.com/poetamerlanio/photos/a.370702719674678.87015.360250577386559/749873885090891/?type=1&theater

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

FILTRO DE BARRO


FILTRO DE BARRO
Merlânio Maia

Quem foi de ti o inventor,
Meu nobre Filtro de Barro?
Foi cientista, foi doutor?
Quem inventou este jarro,
Que o filtro aproveitou
E a solução encontrou
Mudando o nosso destino
Nos dando a água mais pura?
Esta nobre criatura
Filho da nossa cultura:
É o Artesão Nordestino!!!


FELIZ NATAL


FELIZ NATAL, MEUS AMIGOS!

Que JESUS seja cultuado em sua VIDA, pelo AMOR, pois só o AMOR traz as PROMESSAS do PERDÃO que produz a PAZ!

Que este AMOR, não seja somente da boca pra fora, mas do mais entranhado FEIXE DE LUZ que houver na sua ALMA!

Que rompam-se as comportas das mágoas, das raivas, das reclamações descabidas e das antipatias sem graça e escoem-se pelos ralos e esgotos e que haja GRATIDÃO!

Para que assim, que a ESPERANÇA do verbo ESPERANÇAR, chegue ao seu LAR e à sua VIDA, produzindo a FELICIDADE que todos almejamos!

São os votos de Merlânio Maia e família!

(Foto: Rádio Portal da Luz)

PROPOSTA DE REFLEXÃO PROFUNDA ANTE O NATAL

Por Merlânio Maia em 24.12.2014

É hoje o Natal! E lá vem Jesus como proposta de reflexão profunda, contudo a verdade é que esta reflexão é exclusiva de uma bem pequenina parte da humanidade.

A Saga do Jesus-menino ou Deus-menino com se convencionou, pode ser uma joia de altíssimo significado para os que assim a recebem.

Todavia, não é este Jesus que interessa à imensa parcela da humanidade. O Jesus que interessa é o Jesus multiuso para causas materiais impossíveis!

Jesus apresenta-se de mil formas e todos os dias. Jesus redentor, príncipe da paz, o salvador, o mestre professor e tantos outros com adjetivação de conformidade com a situação de cada indivíduo.

Para o vulgo, o Jesus curandeiro é o mais explorado, o Jesus milagreiro!

E não seria diferente, visto que a humanidade viciou-se num imediatismo doentio, fruto do consumismo capitalista fast food de soluções rápidas e descartáveis.

Os templos modernos evocam o Jesus milagreiro e o colocam na prateleira como produto de consumo para uma massa desconectada da realidade espiritual.

E os "milagres" se sucedem produzidos conforme a necessidade do cliente, ou do vendedor de jesuses.

Sangue de Cristo tem poder! Repetem como mantra em todos os segundos. O homem embriagado declama na direção do carro, o sonegador de impostos evoca no caminhão repleto de mercadorias, fruto do crime de sonegação, o ladrão recita na emboscada, o cônjuge a diz antes da traição, o aluno irresponsável firma o pensamento antes da prova.

Independentemente da intenção do ato, seja ético ou não, este mantra é repetido, para que Jesus proteja e ajude o sicário e o criminoso em seu ato de lesar o semelhante.

Nas casas, é bem este Jesus que interessa, pois diante das causas impossíveis, fruto dos egoísmos e orgulhos e vaidades, este Jesus-para-todas-as-coisas é um produto multiuso de ação rápida, fácil e eficaz, feito especificamente para satisfazer e, logo depois, descartar.

Qual a lógica disto?

Simples! Diante da dificuldade de se viver uma vida ética, simples e verdadeira, que salvaria o mundo do mal e da destruição, o Ego fala mais alto e Jesus se torna um empecilho para o consumismo doentio e o lucro fácil. Então se convencionou que Jesus seria um boneco de pano, como Papai Noel, para dominação dos povos. E as religiões cristãs são os "Cavalos de Tróia" detentoras da santidade por fora e da morte por dentro.

Mas toda sociedade aceitou esta conveniência do mal!

Há um complô coletivo de esquecimento proposital da mensagem que Jesus trouxe ao mundo e pela qual, o Mestre, deu sua própria vida como endosso da importância destes ensinamentos.

E várias vezes reforçava: "Se me amais, fazei o que vos digo!" "Sereis meus amigos se fizeres o que vos falo!" "Passarão céus e Terra, mas minhas palavras não passarão!"

Agora, a reflexão se faz posta à mesa! Na ausência do afeto os males se sucedem!

A violência toma conta das ruas; as doenças psicológicas são peste em todos os lares; o mundo à beira de um colapso; as pessoas sem rumo são ricas em haveres e miseráveis espirituais e morais; chegamos na bifurcação do caminho: ou Jesus da ilusão material dantesco em suas consequências, ou Jesus da ética do amor e do perdão!

O Jesus da ilusão, se depara agora, com o Jesus da consciência desperta. E qual é o que está nascendo para você neste seu Natal?

(O autor é produtor cultural, poeta popular paraibano, cantador e pensador das lógicas nordestinenses) Contato: merlanio@gmail.com

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

OS DE ÉTICA IMORAL

OS DE ÉTICA IMORAL
Merlânio Maia

Ouvi a verborragia
Viscosa dos infelizes
Evocando uma moral
Que lhes falta e seguem crises
Esses que a cada manhã
Usam negra alma vilã
Corruptos no seu viver
Satânicos do cotidiano
Espectros de ser humano
Ansiando o pleno poder

Quem são? Gritam obsessos,
Quais os fautores do mal?
E aponto a alma de um povo
Cuja ética é imoral
Na ânsia de se dar bem
Tais duendes são também
Muitos que infestam praças
E apontando o mal alheio
Esquecem no devaneio
Seu espírito de trapaças!
(Merlânio Maia)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

OS DOIS JESUS

OS DOIS JESUS
Merlânio Maia

Será que Jesus nasceu
Na manjedoura do peito
Que chamamos coração?
Ou é apenas sujeito
Da fanática adoração
Que justifica a ação
Da distância do Amor
Ritual de torpe altar
Só para justificar
Um sofisma salvador?

Jesus é apenas o ídolo
Inerte e silenciado?
Ou sua mensagem é o norte
Mais seguro a ser buscado?!
É o tal Cristo distante
Que limpa o pecado diante
De expressões faciais
Teatralmente cumprida?
Ou sua mensagem é vida
Que provoca ações de Paz?

Dois mil anos se passaram
E pelos povos cristãos
Jesus é sempre abusado
Em atos vis dos irmãos
Uns vendem sua memória
Outros abusam da glória
De prendê-lo ao financeiro
Evocam seu nome santo
E há leilões em todo canto
Não só por trinta dinheiros!!!

Seu nome vale pra os ricos
Ficarem milionários
Tudo que ele condenou
Distorcem os tais sicários
Aos pobres e às viúvas
Jogam as cascas das uvas
Extorquem o óbolo e o riso
Sua palavra é insana
Vestem-na em ouro e grana
E matam se for preciso

Enquanto Jesus tão simples
Que exala Perdão e Amor,
Da manjedoura e da gruta
Mestre, símbolo redentor
De humildade e inclusão
Há um outro Jesu$ cifrão
Que vende a alma ao consumo
Que fanático faz a guerra
Que grita, esbraveja e berra
Para que a Paz vire fumo!

É o Jesus do capital
Qual Midas da maldição
Toca e tudo vira morte
Basta que ele ponha a mão
E é bem este o cultuado
Pela mídia é entronado
Gerando dor e violência
Cria as pestes mais modernas
Que faz dos lares cavernas
De vício, morte e demência!

Quando é que a humanidade
Se livrará desse mal
E beberá nas verdades
Do Amor Universal?
Quando nascerá o conceito
Da manjedoura no peito
Do Jesus de amor fraterno,
Da inclusão, da alteridade,
Do Evangelho da verdade,
Jesus simples, Mestre Eterno?!



sábado, 20 de dezembro de 2014

RECADO

RECADO
Merlânio Maia

Se você cair do galho
Eu não vou mais segurar
Nem me agacho e nem me bulo
Eu nem vou me aboletar
Cada um faz sua escolha
Fique dentro dessa bolha
Não tenho tempo nem gosto
Eu vou é me aconselhar
Na água que corre pro mar
O teu sol já nasce posto!

Quem me perde perde muito
Que é de águia o meu olhar
Tua malandragem é burra
Não vê o tempo passar
Que serão teus amanhãs?
Só de lembranças malsãs?
A solidão já rodeia
Como a tantos rodeou
O teu relógio parou
Onde o idiota vagueia!

Segue a rota rota e triste
Dos que pensam egoísmos
Quem você é não resiste
A verdade dos abismos
Não trago ódio nem mágoas,
Pois navego noutras águas,
Noutro tempo, noutro mundo,
Lá onde o afeto afeta
Sou viajor, sou poeta,
Da Luz eu sou oriundo!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

OS DOIS LADOS por Luiz Fernando Veríssimo

Luiz Fernando Veríssimo e seu artigo corajoso e correto, sobre a blasfêmia doentia dos militarescos contra o relatório da Comissão da Verdade da Ditadura Militar!

Os dois lados
Luiz Fernando Veríssimo

Não aceitar a diferença entre a violência clandestina de contestação a um regime ilegítimo e a violência que arrasta toda a nação para os porões da tortura é desonesto

Na reação ao relatório da Comissão da Verdade sobre as vítimas da ditadura, afirma-se que, para ser justo, ele deveria ter incluído o outro lado, o das vítimas da ação armada contra a ditadura.

Invoca-se uma simetria que não existe. Nenhum dos mortos de um lado está em sepultura ignorada como tantos mortos do outro lado.

Os meios de repressão de um lado eram tão mais fortes do que os meios de resistência do outro que o resultado só poderia ser uma chacina como a que houve no Araguaia, uma estranha batalha que — ao contrário da batalha de Itararé — houve, mas não deixou vestígio ou registro, nem prisioneiros.

A contabilidade tétrica que se quer fazer agora — meus mortos contra os teus mortos — é um insulto a todas as vítimas daquele triste período, de ambos os lados.

Mas a principal diferença entre um lado e outro é que os crimes de um lado, justificados ou não, foram de uma sublevação contra o regime, e os crimes do outro lado foram do regime.

Foram crimes do Estado brasileiro. Agentes públicos, pagos por mim e por você, torturaram e mataram dentro de prédios públicos pagos por nós. E, enquanto a aberração que levou a tortura e outros excessos da repressão não for reconhecida, tudo o que aconteceu nos porões da ditadura continua a ter a nossa cumplicidade tácita.

Não aceitar a diferença entre a violência clandestina de contestação a um regime ilegítimo e a violência que arrasta toda a nação para os porões da tortura é desonesto.

O senador John McCain é um republicano “moderado”, o que, hoje, significa dizer que ainda não sucumbiu à direita maluca do seu partido.

Foi o único republicano do Congresso americano a defender a publicação do relatório sobre a tortura praticada pela CIA, que saiu quase ao mesmo tempo do relatório da nossa Comissão da Verdade.

McCain, que foi prisioneiro torturado no Vietnã, disse simplesmente que uma nação precisa saber o que é feito em seu nome.

O relatório da Comissão da Verdade, como o relatório sobre os métodos até então secretos da CIA, é um informe à nação sobre o que foi feito em seu nome. Há quem aplauda o que foi feito. Há até quem quer que volte a ser feito. São pessoas que não se comovem com os mortos, nem de um lado nem do outro. Paciência.

Enquanto perdurar o silêncio dos militares, perdura a aberração. E você eu não sei, mas eu não quero mais ser cúmplice.