quarta-feira, 26 de junho de 2013

FORRÓ CAVALO CRIOULO SE APRESENTA NO SÃO JOÃO DE JOÃO PESSOA

Meu povo,

O nosso grupo o FORRÓ CAVALO CRIOULO, fez bonito em 05 apresentações neste S.João de João Pessoa.

Fiemos o São João do Sabadinho Bom, na FUNAD, no Forró do Projeto João Pessoa Saúde das Praças, em Mangabeira III, na noite de 25 de junho na Praça Rio Branco e ainda temos apresentações para os próximos dias.

Segue algumas fotos das apresentações;












SOU CIDADÃO DO UNIVERSO

SOU CIDADÃO DO UNIVERSO
SOU DIVERSO COMO OS SÓIS
SOU ÚNICO NÃO TENHO IGUAIS
MAS SOU HUMANO QUAL VÓS!
DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA
NÃO HÁ RAÇA NEM TENDÊNCIA
QUANDO ENTREGA-SE À VERDADE
NO SER DESFAZ-SE A TORPEZA
EM DEUS SOMOS REALEZA
DO REINADO HUMANIDADE!!!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

NA TRISTE NOITE DA CORRUPÇÃO

NA TRISTE NOITE DA CORRUPÇÃO
Merlânio Maia


Eis a nação que sonha embevecida
Ser um exemplo aos povos do futuro
E agora acorda em seu triste monturo
Que foi forjado ao longo de sua vida
Desde o império se inclina em descida
Com sanguessugas que sugando vão
Multiplicando sujeira em seu chão
Frente ao pomposo poder do império
Incomodando heróis no cemitério
Na triste noite da corrupção!

Seus mortos, hoje, tão desesperados
Saem às ruas, levantam bandeiras,
Dançam nas praças, alamedas, feiras...
Profundamente decepcionados
De Tiradentes escuta-se os brados
De Castro Alves a indignação
Voltam os poetas da libertação
Junto aos heróis, do além, republicanos,
Dançam nas noites contra os tais tiranos
Na triste noite da corrupção!

Se o tempo urge, a tal nação se arrasta...
Só vendo seu pobre povo humilhado,
Presenciando o roubo deste estado
Que, a cada dia, da riqueza afasta.
- Aos miseráveis, pão com circo basta!
E a liberdade escorre pela mão
E num crescendo se esparrama ao chão
No gesto tosco desse vai e vem
Só sonhadores gritam do além
Na triste noite da corrupção!

Os pigmeus da moral querem trono
Mesmo levando o país ao abismo
Ninguém vê honra, lisura, altruísmo!...
Brasil delira feito um cão sem dono
Em berço esplêndido o gigante é sono,
Enferrujado na acomodação
A idiotice contamina o chão
O povo dorme e o vazio é extenso,
Os mortos gritam vendo o mal imenso
Na triste noite da corrupção!

A hipocrisia é corrente moeda
E a mentira agora é um ideal
A mídia cria a tal versão final
E o fato perde a força e leva queda
Quem mente mais do poder não se arreda
A lama envolve e a TV faz serão,
Faz a cabeça – dona da razão!
E o povo teme e tremendo obedece.
Há uma teia que a aranha tece
Na triste noite da corrupção!

Brasil desperta, apresenta a imponência!
Acorda e grita: Independência ou morte!
Colosso impávido, de infinito porte,
Mostra a lisura da tua inocência
Chama os teus filhos plenos de decência
Expulsa o mentiroso e o ladrão
Levanta o braço de enorme nação
Que vibra dentro do teu forte povo
Faz teus heróis renascerem de novo
Na triste noite da corrupção!

SOBRE A SELEÇÃO DA ABRARTE

SOBRE A SELEÇÃO DA ABRARTE

Amigos da Seleção
Sou um matuto turrão
Contra jogo em todo estado
Porém é assim que sou
Jogo até já me enjoou
Não sei torcer, gritar Gol!
Bem que não fui convocado!
Venho da Arte includente
Da Arte que faz da gente
Mais espiritualizado
Da arte que é assistência
Traz o amor na consciência
E traduz Deus na essência
Bem que não fui convocado!

Porém como eu tem mais
Artistas fenomenais
Cuja arte é um tratado
São grandes compositores,
Dramaturgos e atores,
Grandes Poetas, Pintores,
Nem no banco estão sentados!

Eu sei que a seleção
Produz a competição
Vejo nisto um mal danado
Num grupo cujo esplendor
É o modelo: O Senhor!
Que se igualou por amor
Também não foi convocado!
Desculpe este meu falar
Sou bronco no meu tratar
Mas deixei o meu recado
Às vezes se falta um grito
Perde-se um grupo bonito
Este é tipo um: Tenho dito!
Deste poeta invocado!

Alguns companheiros da ABRARTE - Associação Brasileira dos Artistas Espíritas, cheios de entusiasmo, logo após o Fórum da entidade, aproveitando o ano da Copa do Mundo deste ano de 2013, sugeriram uma seleção dos artistas e citaram o time principal, e, hoje, que recebi o email com a aludida seleção fiz este poema.

domingo, 16 de junho de 2013

POEMA PARA BEBÉ DE NATÉRCIO


EU NASCI E ME CRIEI
TENDO ELE COMO IRMÃO
TER UM BEBÉ DE NATÉRCIO
EM CASA, NÉ MOLE NÃO!
MAS A GENIALIDADE
E TODA CAPACIDADE
QUE TRAZIA ERA COMPLETA
E PORQUE TANTO O AMAMOS
HOJE O REVERENCIAMOS:
PARABÉNS, GRANDE POETA!

SEU GÊNIO NOS INSPIRAVA
EM TODAS AS BRINCADEIRAS
PODEROSA PERSPICÁCIA
NOS ABRIU TANTAS TRINCHEIRAS
O SEU GOSTO MUSICAL
CRIOU EM NÓS O IDEAL
TAL QUAL FAZIA UM PROFETA
SE HOJE SOMOS MELHORES
ALI ESTAVA UM DOS MAIORES
PARABÉNS, GRANDE POETA!

VIRTUOSE EM CLARINETE
AINDA QUANDO MENINO
MAESTRO AOS 16 ANOS
COMPOSITOR DO DESTINO
FOI TANTO O QUE PRODUZIU
QUE DE ARTE SE VESTIU
FEZ DA VIDA UMA SETA
DE ESTÉTICA PODEROSA
HOJE É BRAÚNA ASSOMBROSA
PARABÉNS, GRANDE POETA!

COMPOSITOR DE RENOME,
ARRANJADOR E ARTISTA,
POETA EXTRAORDINÁRIO
CANTADOR E CORDELISTA,
UM GRANDE ARTISTA DA GENTE,
FILÓSOFO COMPETENTE
MÚSICO DE ALMA COMPLETA,
É HOJE O ANIVERSÁRIO
PARABÉNS, VISIONÁRIO!

PARABÉNS, GRANDE POETA!

sábado, 15 de junho de 2013

O GRUPO CAVALO CRIOULO ESTRÉIA NO SÃO JOÃO DE JOÃO PESSOA

Meu povo,

Hoje o Grupo Cavalo Crioulo estreou com muito forró e alegria na Praça Rio Branco (Sabadinho) em João Pessoa/PB.

O clima era de festa, de alegria e foi ali que vivemos momentos de cultura genuína com o contato com o povo forrozeiro da capital paraibana.

Ainda teremos mais Grupo Cavalo Crioulo, pois, no próximo dia 25/06 às 20 horas, estaremos na mesma praça a noite com mais duas horas de forró.

Parabéns, Lucas, Jéssica, Raoni e André. Fo um lindo trabalho!
Ô coisa boa!!!!

Vejam as fotos:




































quarta-feira, 12 de junho de 2013

QUANDO AMA

QUANDO AMA

Merlânio Maia


Foi o encontro das almas quando olharam
E seus olhos se viram mutuamente
E se vendo eles dois acreditaram
Que tinham se amado antigamente

Na imensidão do amor depositaram
As mais sublimes crenças ternamente
Um futuro os dois, juntinhos, plasmaram...
E o amor foi com os dois, benevolente

E hoje tudo é de luz, contentamento
Pois que daquele olhar nasceu a chama
E a tal chama fez luz no casamento

E ao casar toda a luz do amor derrama
E depois nadamais no firmamento
Que o casal não consiga, quando AMA!


POEMA DE AMOR DECLARADO


E eu que vivia só!
E eu que sofri demais!
Fui pegador em forró
Mas depois perdia a paz
Um dia... você me fez
Minuto, hora, dia e mês
Sair da escuridão
Vem pra mim meu ser amado
No dia dos namorados
Toma! É teu meu coração!!!
(Merlânio Maia)

ORAÇÃO NO DIA DE NATAL

Meu povo,

Eu tinha perdido este poema que fiz no Natal de 2010, mas o encontrei afinal e o digitei. Agora, para que  não mais o perca estou postando aqui, com a devida vênia de todos, pois que estamos fora da época. Contudo nunca é demais uma reflexão sobre o Natal de Jesus.

ORAÇÃO NO DIA DE NATAL
Merlânio Maia

Senhor hoje é o teu Natal
Todo o mundo comemora
É tanta emoção agora
Nascida dos dias teus
Muitos cantam, muitos choram,
Muitos bebem, muitos comem...
Hoje o coração do homem
Saúda o Filho de Deus

Não mais a arena dos césares
Não mais as perseguições
Não mais as inquisições
Não mais o medo dos teus
Não mais tristes armadilhas
Não mais a cruz infamante
Não mais a morte aviltante
Dos heróis cristãos de Deus

2000 anos se passaram
A dor ainda continua
Os pedintes pela rua
A fome matando assim
O orgulho desenfreado
Por poder, riqueza e fama
Bem ao lado a dor reclama
De todo esse mal - o fim!


Tua canção tão sublime
A voz doce duradoura
Vai criando a manjedoura
No coração do vivente
A fraternidade chega
Tira a chaga e vai ficando
E ao mundo modificando
Como o nascer da semente

Ó Semeador divino
O teu canto ainda ecoa
Ensina, alegra e abençoa
Enche o mundo de esperança
E nos acorda depressa
Pois o tempo urge agora
Só o Evangelho aprimora
Toda Bem aventurança

Nós sabemos que a semente
Que semeastes, Senhor,
É o mais sublime amor
Que frutifica bem mais
Aquece, ampara, edifica,
Desperta, educa e conduz
Cada um de nós rumo a luz
Pra que o mundo tenha paz

É Natal, Senhor Jesus
É o teu Natal de esplendor
Rogamos que o teu amor
Toque nossa alma afinal
Para emprestarmos as mãos
No socorro ante aos irmãos
E assim de espíritos sãos
Festejarmos teu Natal!


domingo, 2 de junho de 2013

FORRÓ DE VERDADE VERSUS FORRÓ SEM VERDADE, QUE FAZER?

Caba véi,

Diante da absoluta falta de responsabilidade que alguns artistas têm quanto a música nordestina, e aqui me refiro ao forró, ao xote, ao baião, ao samba de latada, ao rojão, músicas de uma riqueza rítmica, melódica incrivelmente belas, resolvi deixar de falar, de combater, de explicitar e mudar o foco e compor. Compor músicas e poesias no universo do amor, da alegria, da paz, das coisas lindas do sertão do nordeste.

Assim criamos um projeto bem legal, interessante e cheio de vigor. Chama-se Merlânio Maia e o Grupo Cavalo Crioulo, onde a poesia e a real música evocando seu Luiz Lua Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês e sua gente, Dominguinhos, Trio Nordestino, os Três do Nordeste, Antonio Barros e Ceceu, Zé Marcolino, Xico Bizerra, Petrônio Amorim, Accioly Neto, Santanna, Maciel Melo, Bebé de Natércio, Elino Julião, e tantos mais... Esta música real pudesse florescer comigo, com mais uma voz que se levantaria.

Assim nasce o nosso projeto: Cavalo Crioulo!

Espero chegar à sua casa, ao seu carro e ao seu universo de amor à cultura nordestina.

Abração!

sábado, 1 de junho de 2013

A MÚSICA E O CÉREBRO

A Música e o Cérebro

As "funções musicais” são um conjunto de atividades cognitivas e motoras envolvidas no processamento da música
Neurociência | Temas Livres |

Há tempos vem se falando sobre as influências da música sobre a atividade mental e, em alguns casos, até sobre o comportamento animal. Bebês se acalmariam ouvindo músicas clássicas, bois confinados engordariam mais, galinhas botariam mais ovos e tantas outras observações curiosas. De qualquer forma, o tema música-cérebro tem sido fascinante.
De fato, atualmente algumas pesquisas têm revelado interações entre reações humanas e estímulo musical. Os trabalhos mais recentes se beneficiam dos exames de imagens funcionais cerebrais obtidas de aparelhos de ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons.
Procura-se compreender, cada vez mais, o comportamento musical neurológico e as reações mentais das pessoas à música e ao som. Além de ampliar os conhecimentos sobre a fisiologia neurológica, esses trabalhos visam obter subsídios para as bases da musicoterapia em pacientes com distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Uma das conclusões que já se pode obter é que nossos cérebros têm circuitos distintos para perceber, processar e tocar música.
A música, como atividade neuropsicológica, requerer múltiplas funções cerebrais, tais como a função auditiva para escutar e apreciar a harmonia, ritmo, timbre, a função visual, para ler uma partitura, a função motora para execução instrumental e, mais fascinante, as funções cognitivas e emocionais para a interpretação e representação musical interior (Barbizet e Duizabo, 1985). Estudar as relações multifuncionais da música com o cérebro amplia os conhecimentos sobre a integração cerebral da capacidade de percepção e atividades comportamentais complexa.
O termo “funções musicais”, utilizado pela neurociência, são um conjunto de atividades cognitivas e motoras envolvidas no processamento da música. São mecanismos pelos quais o cérebro se organiza para coordenar todas as operações mentais envolvidas com a música. Atualmente já se pesquisa se a pessoa tem as habilidades musicais preservadas.
Outro termo que está cada vez mais presente nos exames de neurociências é a “amusia”. No plural, as amusias correspondem à perda das funções musicais. Observando que as afasias, que são alterações neurológicas da linguagem, nem sempre são acompanhada das amusias e, por causa disso, deduz-se que haja uma autonomia dos processos de comunicação verbal e musical, conseqüentemente, uma independência estrutural e funcional dos substratos neurobiológicos (Sergent, 1993).
Anatomicamente sabe-se que não existe um centro neurológico específico para a música, como existe para a linguagem, sendo a função musical difusamente presente em diversas áreas cerebrais, mesmo naquelas áreas envolvidas com outros tipos de cognição (Zatorre e McGill, 2005).
Para as pesquisas atuais a música ultrapassou sua natureza artística e passou a ser um instrumento para o estudo de vários aspectos da neurociência. Não é demais afirmar que o ato de ouvir e de produzir música envolve praticamente todas as funções cognitivas. Outra constatação interessante é que as áreas ativadas pela função musical variam com as experiências individuais e com o treinamento musical, tornando então muito mais complexo este estudo.
Sabe-se, há tempos, que cada cérebro tem suas preferências musicais pessoais, porém, alguns critérios de preferência são universalmente comuns e presentes em todos os cérebros. Acredita-se que as músicas capazes de chamar a atenção possuam uma estrutura melódica e temporal (harmonia e ritmo) suficiente para desencadear processos mentais automáticos de análise que criam expectativas sobre como a melodia deve prosseguir, desde as primeiras notas ouvidas. Esse processo não consciente de tentar adivinhar as próximas notas e, eventualmente acertar, é um estímulo prazeroso de recompensa que mantém o cérebro interessado em continuar expectando. Isso acaba resultando no sentimento de gostar da música.
Por conta dessa avidez cerebral em construir uma suposta familiaridade musical, quanto mais música se ouve, mais o cérebro aprende a acertar antecipadamente os padrões de melodias e ritmos, assim, mais música quer ouvir. O prazer da música talvez venha do trabalho agradável que ela dá ao cérebro.
As melodias simples demais como, por exemplo, um batuque ou um simples dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó, têm uma estrutura musical tão trivial que rapidamente deixam de estimular o cérebro a pressupor o próximo passo musical, perdem o interesse, logo, deixam de estimular o sistema de recompensa. Não obstante, a mesmice musical desses arranjos mais simples pode exercer um efeito rítmico, hipnótico ou torporoso no cérebro, mas não estimula o prazer pleno em desejar mais música.
Por outro lado, seqüências musicais muito complexas e difíceis de serem adivinhadas pelo cérebro, ou que não seguem algum padrão (normalmente de natureza cultural), são frustrantes para o sistema de recompensa. Por não oferecer prazer algum, a novidade musical complexa, estranha e algo bizarra é logo abandonada (Housel, 2002).
Na Universidade Federal Paulista de Medicina, o neurologista Mauro Muszkat pesquisou as alterações elétricas no cérebro de pacientes ao escutarem música. De um modo geral, as funções musicais parecem ser complexas, múltiplas e de localizações assimétricas, envolvendo o hemisfério direito para altura, timbre, discriminação melódica, e o esquerdo para ritmos, identificação semântica de melodias, senso de familiaridade e processamento temporal e seqüencial dos sons. No entanto a lateralização das funções musicais pode ser diferente em músicos, comparado a indivíduos sem treinamento musical, o que sugere um papel da música na chamada plasticidade cerebral segundo Muszkat. Para este neurologista, “um paciente que tenha sofrido algum dano cerebral pode recuperar algumas funções se for estimulado com a música”.
 A arte não apenas produz prazer no ser humano, mas, sobretudo, provoca uma reação vivencial, um juízo, uma resposta (Blasco, 1998). Como arte a música tem o poder de sugestão, de projeção, de permitir a realização imaginária de desejos inconscientes, de lembranças, de sentimentos hedonistas e de comunicação, aliás, de comunicação universal.
Segundo o eminente maestro e compositor alemão Hans-Joaquim Köellreutter, figura proeminente da educação musical no Brasil nos anos 40, música é também linguagem, uma vez que utiliza um sistema de signos que transmite informações ou mensagens. Entretanto, preferimos considerar a música um eficiente meio de comunicação não verbal, mas não uma linguagem propriamente dita, pois não separa significante e significado com faz a linguagem. Além do mais, as estruturas neurológicas envolvidas para o processamento musical são funcionalmente autônomas e diferentes daquelas envolvidas com a linguagem, isto é, envolvidas com a fala, com a leitura e com a escrita.
Os atuais conhecimentos neuropsicológicos da música pretendem ainda compreender melhor as reações e o comportamento musical não apenas inatos, mas também adquiridos pelo aprendizado.
Músicas e Emoções
A música interfere na plasticidade cerebral, favorece conexões entre neurônios na área frontal do cérebro, que é relacionada a processos de memorização e atenção, além de estimular a comunicação entre os dois lados do cérebro, o que pode explicar sua relação com raciocínio e matemática. O ser humano é essencialmente musical, seja no ritmo corporal (andar, mastigar, falar...), seja no ritmo fisiológico (respirar, nos batimentos cardíacos, intestinos...), e a música tem se mostrado importante para o neurodesenvolvimento da criança e de suas funções cognitivas.

Do lado psíquico, a música acompanha praticamente todos os momentos emocionais importantes nas nossas vidas, desde as canções de ninar até a música fúnebre. Isso contribui para a construção de relações de afeto com a música, afeto este que pode ser mobilizado na presença de determinadas músicas.
 musica2

Coletivamente e culturalmente nota-se a existência de grupos de pessoas com determinadas identidades musicais e que tendem a atribuir valores afetivos semelhante a determinadas músicas.
Dessa forma, existe tanto um caráter social quanto um caráter pessoal relacionados às experiências musicais. Geralmente os afetos da pessoa são profundamente mobilizados pela música, a ponto de não se sentir feliz ouvindo uma música que recorde um momento triste e o vice-versa disso é importante nas recomendações musicais para ajudar no tratamento da depressão.
A atividade musical envolve quase todas as regiões do cérebro e os sistemas neurais. Por exames de imagem funcional cerebral vê-se que a música capaz de emocionar ativa estruturas das regiões cerebelares, responsáveis pela produção e liberação dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina e, principalmente da amídala, que é a principal área do processamento emocional. O ato quase automático de acompanhar uma música é capaz de ativar a região do hipocampo, responsável pelas memórias, bem como o córtex frontal inferior. Para a execução de músicas são acionados os lobos frontais, tanto através do córtex motor quanto sensorial.
O cérebro humano é formado por três partes: o arqui-cérebro, ou cérebro reptiliano, comum a todos os animais, o sistema límbico, aquisição evolutiva nos mamíferos, e o neo-cérebro ou cérebro cortical, presente em seres biologicamente mais evoluídos – como símios, baleias, golfinhos e ser humano.
O ritmo estaria relacionado com o cérebro reptiliano, um sistema comum a todos os animais e responsável pelo instinto. Músicas de ritmo básico, primitivo e primário, como o batuque ou o ritmo eletrônico, estimulariam mais essa parte reptiliana do cérebro humano. Bastante primitivo e capaz de entorpecer emoções mais sublimes. As músicas mais elaboradas e melodiosas provocariam o lado emocional do cérebro, como as músicas clássicas e românticas. Esse tipo de música ativa também o sistema límbico, relacionado com a intuição e o sentimento.
O compositor italiano Rossini, autor de músicas sacras, músicas de câmara e de mais de trinta óperas, dentre elas O barbeiro de Sevilha e Cinderela, escreveu: “A influência da música sobre a alma, sobre o seu progresso moral, é reconhecida por todo o mundo. A harmonia coloca a alma sob o poder de um sentimento que a desmaterializa. Tal sentimento existe num certo grau, mas se desenvolve sob a ação de um sentimento similar mais elevado. A música exerce uma influência feliz sobre a alma. E a alma, que concebe a música, também exerce sua influência sobre a música. A alma virtuosa, que tem a paixão do bem, do belo, do grande, e que adquiriu harmonia, produzirá obras-primas capazes de penetrar as almas mais encouraçadas e de comovê-las”.
Efeito “Mozart”A idéia do Efeito Mozart surgiu em 1993 na Universidade da Califórnia, em Irvine, com o físico Gordon Shaw e Frances Rauscher, pesquisadores em desenvolvimento cognitivo. Eles estudaram os efeitos sobre alguns estudantes universitários produzidos quando escutavam os primeiros 10 minutos da Sonata para Dois Pianos em Ré Maior de Mozart. Eles encontraram um melhoramento temporário do raciocínio espaço-temporal, conforme medido pelo teste Stanford-Binet de QI (Rauscher e Shaw, 1995).
Entretanto, nenhum outro pesquisador foi capaz de reproduzir esses resultados, mas, não obstante, o chamado efeito Mozart continuou a ser bastante divulgado na mídia, apesar de ser alvo de inúmeras controvérsias na literatura.

Mais recentemente o Efeito Mozart tem sido investigado em relação à atividade registrada no EEG de pacientes portadores de epilepsia. O Hughes (1998) observou que a audição de Mozart (a mesma Sonata para dois Pianos em Ré Maior) induziu a significativa redução da atividade cerebral paroxística em períodos entre as crises em 23 de 29 pacientes (79%), incluindo pacientes em estado de coma. Mas Isso não é o mesmo que afirmar que ouvir a Mozart aumenta a inteligência em crianças.
 Mozart
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791), foi um compositor influente do período clássico.

Baseados nesse tal efeito Mozart, em 1998 os entusiasmados Rauscher e Shaw anunciaram ter provas científicas de que a instrução em piano e canto é superior à instrução em computação para aumentar as habilidades de raciocínio abstrato em crianças. A experiência incluiu três grupos de pré-escolares: um grupo recebeu aulas particulares de piano-teclado e aulas de canto; um segundo grupo recebeu aulas particulares de computação; e um terceiro grupo não recebeu nenhum treinamento. As crianças que receberam treinamento em piano e teclado tiveram desempenho 34% melhor em testes medindo habilidade espaço-temporal, que os outros.
Observou ainda que não só a freqüência da atividade paroxística diminuía, mas também a amplitude das descargas. O Mapeamento Cerebral realizado durante a sonata mostrava diminuição da atividade teta e alfa nas regiões centrais, com aumento da atividade delta nas regiões central e média. O que isso significa clinicamente continua sendo um mistério.
MusicoterapiaAs respostas do ser humano à música são variadas por múltiplos fatores, desde a sensibilidade afetiva e cultural, afinidade musical, receptividade sensorial, educação e aprendizado, conjuntura social e outros. Fisiologicamente o som, com todas suas qualidades de ritmo, timbre e melodia, é uma das experiências sensoriais mais precoces do ser humano. Seus efeitos sobre o psiquismo são evidenciados a partir das cantigas das mães para embalar seus filhos. Esses sons precoces fixam-se indelevelmente no psiquismo do ser humano.
Os trabalhos com propósitos terapêuticos se baseiam nas múltiplas influências da música sobre diversos sistemas fisiológicos (não apenas cerebrais). Prioritariamente os conhecimentos atuais sugerem que a música possa ser aplicada em, pelo menos, quatro funções terapêuticas: na melhora da atenção, estimulando o desenvolvimento motor e cognitivo, nas habilidades comunicativas, na expressão emocional e na reflexão/sentimento da situação existencial.
Segundo alguns trabalhos de pesquisa, a musicoterapia poderá ser um recurso terapêutico e preventivo para diversas enfermidades neurológicas e psíquicas, porém, dentro do bom senso que deve acompanhar a ciência, essas possibilidades devem estar inseridas ainda no campo da pesquisa.
para referir:
Ballone GJ - A Música e o Cérebro - in. PsiqWeb, Internet, disponível emwww.psiqweb.med.br, 2010.


BibliografiaBarbizet J, Duizabo Ph - Manual de Neuropsicologia. Trad. Silvia Levy e Ruth Rissin Josef, Porto Alegre, Editora Artes Médicas Sul Ltda., 1985.
Blasco SP – Compendio de Musicoterapia. Volume I. Barcelona, Empresa Editorial Herder, S.A., 1999.
França Correia CM, Muszkat M, De Vicenzo NS, Reis de Campos CJ - Lateralização das Funções Musicais na Epilepsia Parcial - Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.56 n.4 São Paulo Dec. 1998.
Houzel SH - O Cérebro Nosso de Cada Dia, ed. Vieira e Lent, 2002.
Hughes JR, Daaboul Y, Fino JJ, Shaw GL - The "Mozart Effect" On Epileptiform Activity - Clinical Eletrooencephalography, 1998, 29(3):109-119
Rauscher FH, Shaw GL - Key components of the Mozart effect. Percept Mot Skills. 1998 Jun;86:835-41.
Rauscher FH, Shaw GL, Ky N - Listening to Mozart enhances temporal reasoning: Towards a neurological basis. Neuroscience Letters, 185, 44-47, 1995.
Sacks O - Alucinações Musicais, Relatos sobre a Musica e o Cérebro, Companhia das Letras, 2007.
Zatorre R, McGill J – Music, the food of neuroscience? Nature 434, 312-315, March, 2005.

Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=336